Censo 2022 vai contar pela primeira vez quantos quilombolas existem no Brasil

Trabalho realizado pelo BGE vai mostrar como vivem os quilombolas, formas de organização social e riqueza cultural

[Censo 2022 vai contar pela primeira vez quantos quilombolas existem no Brasil]

FOTO: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O censo demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vai contabilizar a população quilombola no Brasil pela primeira vez. O trabalho do órgão começou nessas comunidades a partir desta quarta-feira (17).

Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais do órgão, aponta que a inclusão dos quilombolas significa uma novidade e um avanço, com a adição de mais um público que integra a população brasileira. “É importante que essa população esteja preparada e sabendo que o IBGE está trazendo essa possibilidade de retratar sua realidade pela primeira vez”, disse.

Uma comunidade quilombola é representada por um grupo étnico-racial que se apresenta com ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica a esse grupo. O censo vai mostrar como vivem os quilombolas, formas de organização social e riqueza cultural.

A maior parte dos entrevistados vai responder o questionário ampliado do IBGE, com 77 perguntas sobre aspectos como educação e trabalho. Os dados vão ajudar na construção de políticas públicas para esse grupo.

O IBGE mapeou 5.978 localidades quilombolas no país e 2.308 agrupamentos quilombolas – espaços em que há 15 ou mais pessoas residindo em um ou mais domicílios próximos, com laços de parentesco ou comunitários. Além de visitar os pontos identificados, as equipes tentam descobrir espaços não incluídos.

De acordo com o IBGE, um dos desafios na construção da pesquisa foi definir uma pergunta para o entrevistado se definir como quilombola. O recenseador perguntará “Você se considera quilombola?”. Em caso positivo, a pessoa deverá responder uma segunda pergunta, identificando a qual comunidade pertence.

“Também houve um trabalho de sensibilização das lideranças quilombolas e na coleta haverá reuniões de abordagem sempre que o recenseador chegar numa comunidade. No caso de ser necessário, as lideranças podem indicar o acompanhamento de um guia comunitário, quando o recenseador não é quilombola ou a área é de grande extensão”, explicou Marta Antunes.

O Censo 2022 acontece 12 anos após a última edição e teve início no dia 1º de agosto, com dois anos de atraso por conta da pandemia de Covid-19 e problemas de orçamento.


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