Nos corredores do Congresso, a conversa é que os partidos políticos enquadrados no termo “Centrão” rechaçam esta posição, entre a oposição e a situação. Pejorativo, por certo, a designação às legendas em cima do muro e, por ora em sua grande maioria de cabeças com vigor para ir contra o governo do presidente Jair Bolsonaro, não deveria mesmo ser de outra. No jogo da política, ainda mais na esfera federal, a parcialidade é descartável, um tom de voz que até pode ser altivo em um determinado momento, mas sem efeito na questão.
No bloco que ninguém admite pertencer, na atual legislatura supostamente com 200 deputados, a ideologia que prevalece é a do esvaziamento do debate. Como visto em diversos momentos no trabalho parlamentar deste ano, pede-se muita conversa, tem muita obstrução e paralisações sistemáticas de projetos de lei e medidas provisórias em trâmite. É o Centrão, por exemplo, o responsável pelo atrasado na análise do projeto da reforma da previdência e seria o Centrão o culpado caso a MP 870 (reorganização dos ministérios) caducasse.
Também é assunto de bastidor, mas é alarmante a suposta nova investida do Centrão em exigir aumento na cota de cada deputado, uma quantia que precisa ultrapassar os R$ 10 milhões em obras e serviços para serem aplicados juntos às bases eleitorais. Nada mais é do que velha política, cuja barganha se torna o combustível do exercício do poder.
A catástrofe por trás desta exigência para sair do muro e enfim adentrar a agenda Brasil proposta pelo governo, alertado aqui no Farol da Bahia por diversas vezes, é a paralisia dos governos e o aprofundamento de problemas econômicos, da União aos municípios, inclusive com impacto ruim nos rebanhos eleitorais das próprias cabeças do Centrão. Falta coragem, profissionalismo ou vergonha na cara destes políticos e partidos que custam a legislar em nome do Brasil?
