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Não à banalização do crime de estupro

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Não à banalização do crime de estupro

Por Editorial
Não à banalização do crime de estupro
Foto: Divulgação

Acusar, como um verbo intransitivo da língua portuguesa, é um apontamento dúbio até que se prove a verdade. Indicar que alguém é culpado por determinado ato, por exemplo, é uma acusação que invoca a Justiça, a força policial e, dependendo dos personagens envolvidos e a gravidade da questão, até mesmo a mídia. Este é o cenário que envolve o caso entre a modelo Najila Trindade e o jogador de futebol Neymar Jr.

Ela o acusa de agressão seguida de estupro e, aparentemente longe de um desfecho, a acusação fez e faz estragos gravíssimos, como a de banalizar este crime, aqui tratado pela mulher num tom genérico e ainda duvidoso, que por certo fere a dignidade sexual de quem realmente foi vítima desta violência.

Desde que a suposta agressão durante a relação sexual entre Neymar e Najila veio à tona no último domingo (2), novos fatos aparecem dia após dia. Nenhum, no entanto, com a imprescindível verdade escancarada sobre o que de fato aconteceu numa noite de maio, em Paris, entre quatro paredes. A gravidade do assunto parece escapar pela tangente.

Cabe à Justiça julgar, à polícia investigar, mas, por outro lado, cabe às partes envolvidas a integridade necessária para assumir as consequências dos atos, se tratando de uma acusação de estupro. O perigo é o desgaste em cima de algo tão sério, caso for comprovada uma suposta armação ou inverdades sobre o sexo violento não consentido.

Uma acusação de estupro que envolve famoso inevitavelmente ganha os holofotes midiáticos, além de aproveitadores, chantagistas e também quem nada tem a ver com o caso e quer simplesmente aparecer. Espera-se que Najila saiba da seriedade de sua tese e de seus desejos, e o que isso pode resultar para o combate ao crime de estupro. Do outro lado, o das mulheres verdadeiramente vítimas de abuso e de fato traumatizadas pelo horror da lembrança, que esperam uma Justiça e polícia disponíveis para trabalhar em cima de casos consumados do crime, julgar e punir os agressores. Para elas, usar o estupro para vingança pessoal ou o quer que seja, é coçar uma ferida que jamais secará.
 

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