Cerca de 1/3 do desmatamento na Amazônia decorreram de anos anteriores, afirma ministro
Salles contesta dados do Inpe e apresenta novo modelo de monitoramento para observar as mudanças na região

Foto: Marcos Corrêa/PR
Ricardo Salles, ministro do meio ambiente, em oposição aos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), informou na quinta-feira (1) em coletiva de imprensa em Brasília, que um terço do desmatamento no Brasil em junho deste ano foram decorrentes a desmatamentos realizados em anos anteriores.
Os dados do Inep, haviam sido divulgados no inicio de julho deste ano, decorrente da análise de informações do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que indicou a perda de 920,4 quilômetros quadrados, cerca de 88% a mais em comparação com o mesmo local e período do ano passado.
Entretanto, na coletiva, o ministro do meio ambiente, chegou a apresentar imagens via satélite que comprovavam que ao menos 31% do total do desmatamento apurando em junho pelo Inep, na verdade correspondia aos anos de 2017 e 2018, dos quais só foram computados depois.
Novos mecanismos de monitoramento
Na coletiva, o governo foi questionado por jornalistas qual seria a real proporção do desmatamento para junho de 2019, mas Salles afirmou não saber o número exato, apesar de concordar que há realmente um aumento no desmatamento do local.
O presidente Jair Bolsonaro, que também estava presente na coletiva, afirmou, assim como Salles, acreditar no aumento do desmatamento na área, mas não da maneira que foi abordado pelo Deter.
Salles também anunciou um novo modelo de monitoramento, que promete imagens em tempo real e alta resolução, que sejam capazes de detalhar as áreas desmatadas.
"Queremos manter o sistema do Deter, ajudando a equipe, ajudando o Inpe para que tenha melhores serviços. Uma forma de ajudarmos é complementar as informações do sistema do Deter também com outras imagens de alta resolução que fornecessem o detalhamento dos polígonos de um dia para o outro", complementou o ministro.


