Cerca de 50 mil brasileiros esperam por cirurgias cardíacas no SUS
O Estado de Goiás é o mais atingido, com o cancelamento das cirurgias até a normalização dos materiais

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Cerca de 50 mil brasileiros aguardam por cirurgias cardíacas, exibindo uma espécie de apagão causado pela falta de materiais, insumos e os valores pagos pelo SUS defasados.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Eduardo Rocha, o Estado de Goiás é o mais atingido, com o cancelamento das cirurgias até a normalização dos materiais.
“Vários e vários pacientes estão deixando de ser operados. E a medida que deixam de ser operados no momento ideal, algumas doenças cardíacas progridem e pioram. Com isso, vamos operar doentes em estado pior, com maior mortalidade e maior sofrimento para esses pacientes”, explica a Jovem Pan.
Eduardo ainda reforça que os hospitais estão sem oxigenadores, válvulas cardíacas e cânulas, materiais que essenciais nas cirurgias. Outro ponto de destaque são os valores pagos pelo Sistema Único de Saúde que estão congelados há 20 anos em R$ 1.600 e a indústria nacional possui dificuldades para atender a demanda, após a alta do dólar e componentes importados.
“A gente percebeu uma queda de pelo menos 40% no movimento entre os cirurgiões que fazem cirurgia cardíaca de peito aberto. Além disso, vários estudos científicos, alguns feitos pelo Instituto do Coração, têm demostrado uma queda de volume até maior do que 40%”, diz Rocha.
Segundo ele, a situação já foi enviada ao Ministério da Saúde em reuniões, no entanto, ainda não existe uma ação definida que possa restabelecer a normalidade das cirurgias no SUS.