CGU identifica entidades de aposentados que filiaram crianças em fraude do INSS

Dez entidades são investigadas pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de envolvimento na "Farra do INSS". Juntas, elas são suspeitas de terem feito mais de  5,4 mil filiações de menores de 16 anos, as falsificações foram identificadas pela Controladoria-Geral da União (CGU). As informações foram divulgadas pelo portal Metrópoles. 

A "Farra do INSS" é como ficou conhecido o esquema de descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que movimentou bilhões. 

Relatórios da CGU encaminhados à Comissão parlamentar de inquérito (CPMI), revelam que entre os casos há  filiação de uma criança de 6 anos, e outra de 9 anos associada a duas entidades ao mesmo tempo. Para a Controladoria, foram feitas filiações em massa para inflar o volume de associados e dificultar a fiscalização de irregularidades. 

Ao todo foram identificadas 10 entidades que filiaram menores de 16 anos de idade, foram elas: Central Nacional de Aposentados e Pensionistas – Associação Santo Antônio (Cenap.Asa); Caixa de Assistência aos Aposentados e Pensionistas (Caap); Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (Anddap); Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Aapb); Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB); Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (Aasap); Master Prev Clube de Benefícios (Master Prev); APPN Benefícios (Aapen); Confederação Nacional dos Agricultores Familiares Rurais e Empreendedores familiares Rurais do Brasil (Conafer); União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unsbras). 

Dentre essas, a criança de 9 ans foi associada à Central Nacional de Aposentados e Pensionistas – Associação Santo Antônio (Cenap.Asa) e à União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unsbras). A Cenap foi responsável pela maior parte dos filiamentos de menores, com 2.188 casos. O número de registros inadequados na UNsbras não foi divulgado, a entidade é ligada ao empresário Maurício Camisotti, preso desde setembro na sede da PF por participação na Farra do INSS. 

A Cenap.Asa, Aasap, Amar Brasil, Anddap e Master Prev utilizaram serviços da empresa Soluções Power Bi, propriedade de Igor Delcrode, que falsificou documento e biometrias no esquema de fraude. Essas entidades são cabeceadas pelos empresários Américo Monte, Anderson Cordeiro e Felipe Macedo Gomes, respectivamente. Todos convocados para depor na CPMI.