Chanceler: deixar o Mercosul é uma possibilidade

“Estamos nos preparando para diferentes cenários"

Por Da Redação
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Chanceler: deixar o Mercosul é uma possibilidade

Foto: Reprodução

Uma sequência de tuítes de Paula Español, conselheira econômica do presidente eleito Alberto Fernández e cotada como futura secretária de Comércio Exterior da Argentina, deixou o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, ainda mais temeroso do que vem pela frente no Mercosul.

Em postagens, Paula elogia o comércio administrado, remetendo às medidas protecionistas tomadas pelo governo de Cristina Kirchner (2007-2015). Diz que a inserção argentina no mundo deve ser feita sem dogmatismos, condena um suposto fetiche pela abertura comercial e critica o acordo União Europeia-Mercosul. Em outras postagens, comemora “Lula Livre” e lamenta o “golpe de Estado” na Bolívia.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, o governo Jair Bolsonaro em nenhum momento foi procurado por Fernández ou qualquer auxiliar do presidente eleito - e nem procurou. “Estamos nos preparando para diferentes cenários”.

Um dos cenários, admite, é a ruptura no Mercosul. Está longe de ser o plano A, aponta o ministro, “mas aparentemente há na Argentina uma visão profunda que vai contra os postulados básicos do Mercosul”.

“Na nossa transição [de governo], no fim do ano passado, houve dúvidas sobre a utilidade do bloco. Apostamos no Mercosul e isso vinha dando certo com a Argentina do Macri”, afirmou Araújo. “Não podemos dizer que é um projeto inquestionável, que vai durar para sempre, aconteça o que acontecer. O Mercosul não é apenas um nome, uma bandeira hasteada".

Nos dias 4 e 5, em Bento Gonçalves (RS), haverá a última reunião de cúpula presidencial do Mercosul com participação de Mauricio Macri. Ainda na primeira quinzena de dezembro, Araújo embarca para sua primeira viagem oficial à África. Visitará Cabo Verde, Angola, Nigéria e Senegal. “Queremos trabalhar muito mais com a África e precisamos reconfigurar nossa presença econômica no continente, que era essencialmente baseada nas construtoras e se retraiu com a Lava-Jato”, afirmou.

As informações são da Valor. 

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