Chefe da Otan ameaça Brasil com sanções secundárias por manter comércio com a Rússia
Chefe da aliança militar ocidental pediu que governo Lula analise o aviso para evitar prejuízos

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O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou nesta terça-feira (15), em conversa com jornalistas, que países como Brasil, China e Índia podem ser duramente atingidos por sanções secundárias se continuarem negociando com a Rússia.
"Se você for o presidente da China, o primeiro-ministro da Índia ou o presidente do Brasil e ainda estiver negociando com os russos e comprando seu petróleo e gás saiba que, se esse cara em Moscou não levar as negociações de paz a sério, eu lhe imporei sanções secundárias de 100%", afirmou Rutte.
A declaração é feita um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o envio de armas para a Ucrânia e ameaçar impor tarifas secundárias se não houver acordo de paz em 50 dias.
Rutte pontuou ainda que, sob o acordo com Trump, os Estados Unidos fornecerão "maciçamente" armas à Ucrânia, "não apenas defesa aérea, mas também mísseis e munição paga pelos europeus".
Relação comercial entre Brasil e Rússia
A relação comercial entre Brasil e Rússia tem se intensificado nos últimos anos, atingindo um recorde histórico em 2024, com um volume de US$ 12,4 bilhões.
As exportações brasileiras para o mercado russo são diversificadas, com destaque para produtos como soja, carne bovina, café e amendoim.
Além disso, desde o início da guerra na Ucrânia, o Brasil passou a importar volumes expressivos de diesel e outros derivados de petróleo da Rússia.
Já as importações brasileiras seguem mais concentradas, principalmente em fertilizantes e produtos químicos.