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Cidadão brasileiro não precisa de uma Anvisa contaminada por guerra política, diz diretor após pausa de estudos

Agência informou que não havia sido notificada da causa da morte do voluntário no teste da CoronaVac

Por Juliana Dias
Às

Cidadão brasileiro não precisa de uma Anvisa contaminada por guerra política, diz diretor após pausa de estudos

Foto: Reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou por meio de entrevista coletiva nesta terça-feira (10) que não havia sido notificada da causa da morte do voluntário no teste da CoronaVac no Brasil quando suspendeu os estudos clínicos. A diretora da Anvisa, Alessandra Bastos, explicou que a paralisação faz parte de um protocolo rígido seguido quando existe a notificação de registro de efeito adverso grave não esperado, como foi o caso. Por enquanto, a decisão continua mantida, falou o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes. "A nossa posição vai ser alterada quando tivermos acesso a todos os dados que comprovam a alegação [da causa da morte do voluntário]", detalhou.

O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, ponderou ser necessário manter o protocolo forte e válido, para inspirar a confiança nas pessoas e excluir questões políticas. "Na questão das comemorações ou eventuais manifestações de cunho político, nós não tecemos no passado, não teceremos agora nem no futuro comentários sobre questões políticas. O que o cidadão brasileiro não precisa hoje é de uma Anvisa contaminada por guerra política, ela existe, claro que existe, mas ele tem que ficar desses muros para fora", falou Torres.

Antes ainda da coletiva, repercutiu negativamente o comentário que o presidente Jair Bolsonaro fez sobre a suspensão dos estudos clínicos. Bolsonaro insinuou ter "ganhado" do governador de São Paulo, João Dória, que é favorável a imunização pela Coronavac, desenvolvida em uma parceria entre o Instituto Butantã e a farmacêutica Sinovac. Bolsonaro escreveu a seguinte frase: " Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”. 

O deputado federal Marcelo Ramos (PL/AM) registrou ser insensibilidade com o povo o fato de o presidente "comemorar" que uma vacina deu errado. "O que está em jogo não são as disputas eleitorais do presidente. O que está em jogo é a vida de milhares de brasileiros", escreveu nas redes sociais. Este também foi o entendimento de Marcelo Freixo (Psol-RJ) que lamentou o que considera ser o presidente estimulando uma briga ideológica às custas das vidas dos brasileiros. "Já são mais de 162 mil mortes por Covid no país. Quem comemora a suspensão de estudos de uma vacina no meio de uma pandemia? Em que lugar do mundo isso é ganhar?", questionou o parlamentar. Neste cenário, a oposição do governo na Câmara dos Deputados, já se articula para convocar o presidente da Anvisa e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para esclarecer as informações sobre a vacina, consideradas "controversas", conforme adiantou Alessandro Molon (PSB-RJ).

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, colocou que "a pandemia, por si só, é grave o suficiente, sem precisarmos assistir ao presidente da nação regozijar-se por conta da morte de um voluntário, sem qualquer relação com a vacina". Na avaliação dele, a Anvisa, como órgão técnico, precisa ser protegida contra interferências políticas e conspiratórias.

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