Cientista afirma que Covid-19 não é uma pandemia, mas uma "sindemia"
Termo tem origem em estudos realizados na década de 1990
Um artigo publicado no final de mês de setembro no semanário The Lancet, uma das mais antigas e prestigiadas publicações científicas do mundo, associa a palavra sindemia à disseminação do coronavírus, em uma tentativa de tornar mais clara a definição da situação em que o mundo vive atualmente.
O artigo é assinado pelo editor-chefe da revista, Richard Horton, que afirmou que a Covid-19 alcançou um patamar diferente de qualquer outra pandemia que a humanidade já enfrentou, e que, portanto, a situação merece uma abordagem diferente.
“A covid-19 não é uma pandemia. É uma sindemia. A natureza sindêmica da ameaça que enfrentamos significa ser necessária uma abordagem mais diversificada se quisermos proteger a saúde de nossas comunidades”. Escreveu Horton em seu artigo.
Origem
O termo sindemia tem origem na década de 1990, lançado pelo médico e antropólogo americano Merril Singer, que se tornou popular por suas pesquisas sobre abuso de substâncias e as diferenças sociais nas questões relacionadas com a saúde da população.
A abordagem sindêmica considera que a doença, assim como sua prevenção e combate, sejam tratados com base nas consequências de medidas como o confinamento e o isolamento social, que têm peso diferente, de acordo com classes sociais distintas.