Cientistas apontam o responsável pelo surto da hepatite aguda infantil

Descoberta do vírus adeno-associado 2 (AAV2) no sangue e no fígado dos pacientes pode ser a explicação

Por Da Redação
Ás

Cientistas apontam o responsável pelo surto da hepatite aguda infantil

Foto: Pexels

Desde o ano passado, mais de  mil casos de hepatite aguda infantil sem causa conhecida foram relatados, no que os pediatras ao redor mundo consideraram se tratar de um surto. Agora, a descoberta do vírus adeno-associado 2 (AAV2) no sangue e no fígado dessas crianças pode dar uma explicação para o que antes não havia.

De acordo com estudos de três grupos de cientistas publicados na revista Nature, nesta quinta-feira, há "evidências convincentes" de que o "misterioso" surto de hepatite aguda infantil foi causado por esse vírus. 

O AAV2 não era conhecido por causar doenças e a maioria das pessoas desenvolve imunidade a esse vírus até os 18 anos. Por ser um vírus passivo, ele só é "ativado" quando fica em contato com outros vírus, como a herpes e o adenovírus, por exemplo.

Apesar disso, os estudos feitos nos EUA e no Reino Unido descobriram que o AAV2 é encontrado em praticamente todas as crianças com hepatite aguda.

Os pesquisadores pontuam, entretanto, que em muitos casos o AAV2 vem acompanhado de uma predisposição genética para que a criança desenvolva a doença. Além da sua condição passiva, que o coloca comumente associado a infecções causadas por outro vírus.

Um dos três estudos, conduzido pela Universidade de Glasgow, na Escócia, analisou dados de 32 crianças hospitalizadas (a maioria delas com menos de cinco anos) com sintomas como vômitos, dor abdominal e fadiga, entre 14 de março e 20 de agosto do ano passado. Todas elas tinham o diagnóstico de hepatite aguda, mas sem algo que as associasse diretamente.

O que esses estudos mostram é que todas elas tinham AAV2 em seus fígados. Entre elas, 81% já tinham anticorpos para o vírus no sangue. Das 32, quatro precisaram de tratamento especializado em fígado e uma teve que passar por um transplante de fígado, segundo o jornal escocês The Herald. Todos eles se recuperaram, mas o processo, no entanto, foi longo, pontua o jornal.

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