Cientistas mudam tipo sanguíneo e criam pulmão 'universal' para facilitar transplantes
Estudo canadense pode abrir caminho para uma revolução nos procedimentos

Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil
Uma pesquisa publicada na revista científica Science Translational Medicine mostra que pode ser possível criar órgãos "universais" para serem usados em transplantes e aceitos por pacientes de qualquer tipo sanguíneo. Embora ainda esteja em fase inicial, o levantamento pode abrir caminho para uma revolução nos transplantes. Isso porque encontrar um doador com sangue compatível é um dos maiores problemas enfrentados por pacientes.
No Canadá, cientistas da University Health Network conseguiram fazer com que um pulmão de um doador com tipo sanguíneo A se transformasse em um órgão do tipo sanguíneo O, considerado universal. O estudo analisou dois conjuntos de pulmões de pacientes do tipo A. Um foi tratado com enzimas que eliminam antígenos da superfície do órgão, enquanto o outro foi usado como controle.
Ambos os conjuntos de pulmões foram então expostos ao sangue tipo O com altas concentrações de células imunes que visam antígenos do tipo A. Os pulmões tratados foram bem tolerados, segundo os pesquisadores, enquanto os demais apresentaram sinais de rejeição. A equipe espera passar para estudos em humanos dentro de 12 a 18 meses. "Ter órgãos universais significa que podemos eliminar a barreira de correspondência de sangue e priorizar os pacientes por urgência médica, salvando mais vidas e desperdiçando menos órgãos", afirmaram os pesquisadores.