Cirurgia de retirada da próstata por câncer no SUS caiu 21% durante a pandemia
A mortalidade pela doença aumentou cerca de 10% em cinco anos, subindo de 14.542 (2015) para 16.033 (2019)

Foto: Reprodução/R7
Um levantamento feito pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), a partir de dados inéditos do Ministério da Saúde, exibe uma redução de 21,5% no número de cirurgias de retirada da próstata por câncer em razão da pandemia. Como base de comparação foram usados os anos de 2019 e 2020.
A coleta de PSA (Antígeno Prostático Específico) e de biópsia, que junto com o exame de toque retal diagnosticam a doença, apresentaram quedas de 27% e 21%, respectivamente. As consultas urológicas no SUS também diminuíram 33,5%, e as internações de pacientes com o diagnóstico da doença registrou enfraquecimento de 15,7%.
De acordo com uma pesquisa realizada pela USP (Universidade de São Paulo) sobre o atraso cirúrgico emergencial e eletivo durante a pandemia, mais de um milhão de cirurgias foram canceladas ou adiadas no Brasil.
O câncer de próstata é o tumor que é registrado com mais frequência no homem, excluindo-se o câncer de pele não melanoma. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), para 2021, são esperados 65.840 novos casos. A mortalidade por câncer de próstata aumentou cerca de 10% em cinco anos, subindo de 14.542 (2015) para 16.033 (2019).
"É muito importante que os homens tenham acesso à informação, às consultas de rotina e também que recebam seu diagnóstico. Essa fuga do médico vai causar um efeito de mais diagnósticos tardios em longo prazo", diz o médico Antonio Carlos Pompeo, presidente da SBU.