Colapso do turismo por conta da Covid-19 pode custar quase R$ 20 tri à economia mundial
Apenas em 2020, impacto com redução de turistas foi de R$ 11 trilhões

Foto: Reprodução/Pixabay
O colapso do turismo internacional por conta da pandemia da Covid-19 pode gerar uma perda de mais de US$ 4 trilhões (quase R$ 20 trilhões, na conversão direta) à economia mundial ao longo de 2020 e 2021. É o que afirma um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) publicado nesta quarta-feira (30).
"A nível mundial, o golpe que a covid-19 representou para o turismo internacional resultou em uma perda do PIB de mais de quatro trilhões de dólares somente nos anos de 2020 e 2021", afirma o documento da UNCTAD, apresentado em conjunto com a Organização Mundial do Turismo (OMT).
O turismo internacional e os setores que dependem dele sofreram perdas avaliadas em US$ 2,4 trilhões (cerca de R$ 11,97 trilhões) em 2020 por causa do impacto direto e indireto da redução expressiva das viagens de turistas internacionais. O relatório alerta que uma perda similar pode acontecer em 2021. O documento explica que a recuperação vai depender, em grande parte, da distribuição em larga escala de vacinas contra a Covid-19.
"O mundo precisa de um esforço global a favor da vacinação que permitirá proteger os trabalhadores, atenuar os danos sociais e adotar decisões estratégicas a respeito do turismo", declarou Isabelle Durant, secretária-geral temporária da UNCTAD. Dos três cenários contemplados pelo estudo para 2021, o mais otimista no que diz respeito à redução das chegadas de turistas calcula o índice em 63% de média.
De acordo com a OMT, os especialistas do setor não acreditam na recuperação do fluxo normal de turistas antes de 2023, "ou inclusive mais tarde", porque os principais obstáculos são as restrições de viagens, a lentidão para frear o vírus, a reduzida confiança dos viajantes e um clima econômico desfavorável.
Atualmente, as regiões mais afetadas são a Ásia (especialmente o nordeste e o sul), Oceania e o norte da África. As menos afetadas são América do Norte, oeste da Europa e Caribe. "Atualmente o turismo internacional se parece com o de 30 anos atrás. É como se estivéssemos nos anos 1980 em termos de fluxo", resume Zoritsa Urosevic, da OMT. A entidade calcula que entre 100 e 120 milhões de empregos diretos relacionados com o turismo estão ameaçados.


