Colesterol e açúcar no sangue aos 30 anos elevam risco de Alzheimer, aponta estudo
Pessoas de diferentes faixas etárias foram testadas para pesquisa

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Um estudo publicado na quarta-feira (23) no Alzheimer’s and Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, revelou que ter colesterol alto e açúcar no sangue aos 30 anos pode elevar o risco de doença de Alzheimer décadas mais tarde na vida.
“Mostramos pela primeira vez que as associações entre os níveis de colesterol e glicose e o risco futuro de doença de Alzheimer se estendem muito mais cedo na vida do que se pensava anteriormente”, disse a autora sênior do estudo, Lindsay Farrer, chefe de genética biomédica da Universidade de Boston, à CNN.
“Este estudo nos dá mais combustível para começar o mais cedo possível a luta contra a doença de Alzheimer”, disse Richard Isaacson, diretor da Clínica de Prevenção de Alzheimer no Centro de Saúde do Cérebro da Faculdade de Medicina Schmidt da Universidade Atlântica da Flórida. Isaacson não participou do estudo.
Pessoas com idades entre 35 e 50 anos que tinham altos níveis de triglicerídeos, um tipo de colesterol encontrado no sangue, e níveis mais baixos do “colesterol bom”, chamado lipoproteína de alta densidade, tinham mais chances de serem diagnosticados com doença de Alzheimer mais tarde na vida, aponta o estudo.
“Somente na faixa etária precoce (35-50 anos), um aumento de 15 mg/dL (miligramas por decilitro) nos triglicerídeos foi associado a um aumento aproximado de 5% no risco de doença de Alzheimer”, disse Farrer.
Nas pessoas com idades entre 51 e 60 anos, foram observados que os níveis mais altos de açúcar no sangue aumentaram o risco de Alzheimer, segundo o estudo. “Para cada 15 pontos que o açúcar no sangue aumenta, o risco de Alzheimer aumenta 14,5% mais tarde na vida”, destacou Farrer.
“Ter colesterol alto pode não causar Alzheimer, mas pressiona o botão de avanço rápido na patologia da doença e declínio cognitivo”, disse Isaacson. “Há também uma relação entre diabetes e o desenvolvimento de patologia amiloide”.
Um dos sinais característicos da doença de Alzheimer são as placas beta-amiloides no cérebro, juntamente com emaranhados de uma proteína chamada tau.
“Assim como qualquer doença crônica do envelhecimento — colesterol alto, ataques cardíacos, derrames — todas elas começam silenciosamente décadas antes de aparecerem. A doença de Alzheimer não é diferente”, disse Isaacson. “Observá-los desde o início é a melhor receita para a saúde cerebral ideal à medida que envelhecemos”.