Colombiana é a 2ª pessoa a morrer por eutanásia no país sem doença terminal
Martha Sepúlveda sofria de esclerose lateral amiotrófica (ELA) e venceu batalha judicial

Foto: Reprodução/Redes sociais
A colombiana Martha Sepúlveda, de 51 anos, foi a segunda pessoa no país a ter a morte por eutanásia autorizada, sem doença terminal. Depois de uma longa batalha judicial, a mulher morreu no último sábado (08).
A paciente possuía esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença grave e incurável. O procedimento de eutanásia aconteceu no Instituto Colombiano de Dor (Incodol), na cidade de Medellín. A morte foi notificada por meio de um comunicado do Laboratório de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
"Martha Sepúlveda concordou com a eutanásia e morreu de acordo com sua ideia de autonomia e dignidade", afirmou a organização que atua com direitos humanos.
"Martha partiu agradecida com todas as pessoas que a acompanharam e a apoiaram, que oraram por ela e trocaram palavras de amor e empatia durante esses meses difíceis", seguiram.
Desde @DescLABcol celebramos la vida de #MarthaSepulveda y su legado.
La lucha por tomar el control sobre el fin de la vida continúa y no acabará hasta que podamos acceder a una muerte médicamente asistida de acuerdo con su voluntad y sin barreras. #MarthaTomaElControl pic.twitter.com/O5rXalEBHX— DescLAB (@DescLABcol) January 8, 2022
A eutanásia, que é descriminalizada no país desde 1997 e se tornou lei em 2015, foi liberada para casos de "intenso sofrimento físico ou mental" por pacientes de doenças ou lesões incuráveis em 2021.
O procedimento da mulher de 51 anos havia sido o primeiro autorizado no país. No entanto, 36 horas antes do previsto para ocorrer, no dia 10 de outubro, a clínica que realizaria a eutanásia cancelou sob alegação de que a Comissão Científica Interdisciplinar pelo Direito de Morrer com Dignidade "decidiu por unanimidade pelo cancelamento do procedimento", ao constatar que "o critério de terminalidade não foi cumprido como tinha sido considerado pela primeira comissão".
O primeiro caso de morte por eutanásia sem doença terminal aconteceu também esta semana, em que Victor Escobar, um motorista colombiano de 60 anos que sofria de doenças degenerativas incuráveis como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e hipertensão, além de ter sofrido dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs), em 2007 e 2008, recebeu o procedimento nesta sexta-feira (07).