Com chuva acima do previsto, ONS fica mais seletivo no acionamento de termelétricas
Há menos risco de racionamento e apagão

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O diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, afirmou ao Estadão que a partir desta semana o órgão começa a ser mais seletivo no acionamento de usinas termelétricas, que passaram meses funcionando com o máximo da potência do sistema elétrico brasileiro. Essa nova postura é possível porque a chuva acima do previsto afasta risco de racionamento e apagão no horário de ponta.
Até abril do próximo ano, no entanto, o brasileiro ainda verá a conta ser pressionada pela tarifa de escassez hídrica, referente à seca registrada este ano, e o impacto do custo das termelétricas contratadas para atravessar o período seco, que vai de abril a outubro.
De acordo com Ciocchi, a chuva veio antes do esperado. Anteriormente, havia preparativos para um fim de ano igual ao de 2020, quando as chuvas só chegaram em dezembro e não foram suficientes para recuperar os reservatórios das hidrelétricas. Já este ano, as chuvas chegaram dois meses antes, trazendo alívio para o Sistema Interligado Nacional (SIN), operado pelo ONS.
Os reservatórios das usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração hídrica do País, chegaram ao nível de cerca de 16% em setembro e hoje operam em torno dos 20%. No pior cenário, ou seja, se as chuvas repetissem o que ocorreu em 2020, especialistas previam que os reservatórios poderiam chegar a 10% no final de 2021.