Comissão da Câmara aprova PEC dos Precatórios e altera teto de gastos

O texto segue para o plenário

Por Da Redação
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Comissão da Câmara aprova PEC dos Precatórios e altera teto de gastos

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A comissão especial da Câmara aprovou, na noite desta quinta-feira (21), a proposta de emenda à Constituição que altera o pagamento de precatórios. O substitutivo do relator Hugo Motta (Republicanos-PB) foi aprovado pelos deputados por 23 votos a 11. Além de mudanças no pagamento de precatórios, o texto também muda o cálculo de reajuste do teto de gastos e permite contornar a regra de ouro por meio da lei orçamentária.

Com a aprovação na comissão, o texto do substitutivo  segue para o plenário.  

De acordo com a avaliação do relator, o novo modelo de pagamento de precatórios deve permitir uma folga de R$ 40 bilhões a R$ 50 bilhões no Orçamento de 2022 e, as alterações nas regras fiscais devem gerar mais R$ 39 bilhões. Dos recursos gerados pela PEC, R$ 24 bilhões devem ser usados para o reajuste de despesas da União indexadas pela inflação.

Essa mudança na PEC será fundamental para garantir os recursos necessários para o pagamento do Auxílio Brasil, de acordo com Motta. A PEC deve garantir também R$ 11 bilhões para a compra de vacinas em 2022. 

Caso a PEC não seja aprovada pelo Congresso, o pagamento de precatórios em 2022 deve ficar em R$ 89,1 bilhões. Em 2021, este tipo de gasto ficou em R$ 54,7 bilhões. Por se tratar de uma PEC, o projeto deve ser votado em dois turnos no plenário da Câmara antes de seguir para o Senado, onde também precisa passar por dois turnos. Nas duas casas, é necessário aprovação de dois terços dos parlamentares.

Precatórios 

O substitutivo aprovado pela comissão, prevê, caso a PEC seja aprovada, um limite para o pagamento de precatórios ao valor pago em 2016 (R$ 30,3 bilhões), reajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A estimativa é que o teto seja de quase R$ 40 bilhões no ano que vem. Ficarão de fora deste limite o pagamento de requisições de pequeno valor para o mesmo exercício, de até R$ 600 mil, que terão prioridade no pagamento. Os precatórios que não forem expedidos por causa do teto terão prioridade para pagamento nos anos seguintes, reajustados pela taxa Selic, acumulada mensalmente. 

Teto de gastos

O texto aprovado na comissão também mudou o cálculo de reajuste do teto de gastos. Ele passa a ser corrigido pela variação do IPCA do exercício anterior a que se refere a lei orçamentária, com base no período de janeiro a dezembro. Atualmente, é utilizado o IPCA para o período de 12 meses encerrado em junho do exercício anterior.

Caso seja aprovado, o texto pode aumentar o teto de gastos para 2022, pois as projeções da inflação de 2021 são maiores do que a utilizada no cálculo anterior. No índice acumulado em 12 meses até junho, o índice é de 8,53%, elevando o teto de gastos estimado a R$ 1,610 trilhão. Já o IPCA acumulado até setembro é de 10,25%, o que já representa um aumento no teto de gastos apenas considerando os três primeiros trimestres deste ano.

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