Comissão que avalia Enem sugere alterar 'ditadura' por 'regime militar' e 'não utilizar' 66 questões do banco de itens
Entidade foi criada após Bolsonaro criticar uma questão de linguagens que falava sobre o pajubá

Foto: Reprodução/ G1
A comissão criada em 2019 para avaliar o conteúdo das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sugeriu "não utilizar" 66 questões do Banco Nacional de Itens. Entre elas, 18 eram itens pré-testados e 48 eram itens novos. De acordo com os avaliadores, essas perguntas apresentavam "leitura direcionada da história", "leitura direcionada do contexto geopolítico", e "polêmica desnecessária". Em um dos itens, foi sugerido alterar o termo "ditadura" por "regime militar".
O teor do parecer da comissão consta em uma resposta do Ministério da Educação enviada à Câmara dos Deputados a partir de uma requisição feita por oito parlamentares.
Entidade foi criada após presidente Jair Bolsonaro criticar uma questão de linguagens que falava sobre o pajubá no Enem de 2018, e dizer que "tomar conhecimento da prova antes". A palavra é um conjunto de expressões associadas aos gays e travestis.
Em 2018, o criticou uma questão de linguagens do Enem que falava sobre o pajubá, Na época, o Inep informou que nenhuma questão seria descartada, já que o processo de elaboração é "longo e oneroso".
Todos os anos, uma equipe de servidores do Inep monta três versões das quatro provas objetivas: duas delas são aplicadas todos os anos, na edição regular e no Enem PPL, para pessoas privadas de liberdade. Uma terceira fica como “reserva”, para o caso de algum imprevisto ou emergência.