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Compulsão alimentar: transtorno atinge cerca de 2,5% da população mundial

Especialista afirma que consumo de padrão de imagem pode contribuir para o problema

Por Da Redação
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Compulsão alimentar: transtorno atinge cerca de 2,5% da população mundial

Foto: Getty Images

A compulsão é uma das doenças psiquiátricas mais comuns no mundo. De acordo com a  Organização Mundial da Saúde (OMS), a compulsão ligada à ingestão de alimentos atinge cerca de 2,5% da população mundial. No Brasil, 4,7% da população têm algum tipo de transtorno alimentar. Além disso, 49% das pessoas que apresentam o transtorno são obesas, sendo que 15% são obesas mórbidas.

O transtorno alimentar é considerado um distúrbio caracterizado pela ingestão exagerada de alimentos. Podendo ocorrer mesmo sem a presença de fome ou necessidade física do alimento, a pessoa compulsiva perde o controle sobre o que está ingerindo. Dessa forma, come alimentos em grandes quantidades e em pequenos intervalos de tempo. 

Especialistas afirmam que essa doença pode ser caracterizada pela sensação de total desgoverno. Nesse caso, é comum que a pessoa diagnosticada com compulsão alimentar fique desesperada por não conseguir parar de comer e isso causa, de alguma forma, o sentimento de descontrole. 

Rodrigo Guimarães, psiquiatra da Elpis, clínica especializada em serviço interdisciplinar de saúde mental em Salvador, explica que a compulsão alimentar pode ser definida como uma vontade irresistível de ingerir alimentos com propósito em geral de aliviar uma tensão. 

“A compulsão alimentar é o tipo de transtorno mais comum e pode ser definida quando o indivíduo é impelido a ingerir uma grande quantidade de alimento em um curto período de tempo, sendo um padrão alimentar marcado pela perda do controle associado a sentimentos negativos consequentes ao ato”, disse o especialista.

O aparecimento do problema pode ser causado por aspectos psicobiológicos, familiares, genéticos e de funcionamento de personalidade. Fatores socioculturais, segundo o especialista, também exercem uma forte influência no surgimento do quadro. Os principais sinais de compulsão alimentar são: sensação de mal-estar ou plenitude após uma ingestão alimentar mais rápida do que o habitual, interrupção mediada por fatores externos, como a chegada de alguém ou fim dos alimentos, além de sintomas negativos após o consumo, como culpa, vergonha ou fracasso.

“Há também como sintoma a excessiva preocupação com o peso e o corpo que pode também vir relacionada a frequentes dietas restritivas. Indivíduos com frequentes episódios de compulsão tendem a ingerir uma quantidade muito superior de calorias e consequentemente a tornarem-se obesos. Sendo assim, nesses casos, há o risco de desenvolver hipertensão, diabetes, doença cerebrovascular e cardiovascular”, afirma o psiquiatra.

Segundo ele, o tratamento para compulsão alimentar se baseia em abordagens farmacológicas, através de psicotrópicos e não farmacológicos, quando a psicoterapia e outras técnicas são prescritas. Dentre as ferramentas não farmacológicas podemos destacar: diário alimentar, alimentação lenta em atenção plena, redução do armazenamento de alimentos, realização de atividade física e afastamento de dietas restritivas que busquem o emagrecimento, mas que tenha como objetivo a reeducação alimentar.

Pandemia

A pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, contribuiu para a piora do quadro de indivíduos com transtornos alimentares. Segundo Rodrigo Guimarães, é perceptível que o isolamento social e a massificação da informação acerca de eventos traumáticos têm influenciado no aumento da ansiedade, no consumo de conteúdos de padrões rígidos de imagem corporal via redes sociais, que podem impactar negativamente no sono - sendo a insônia um contribuinte de risco dos problemas alimentares.

“Se para os indivíduos sem transtornos mentais a imprevisibilidade e o desconhecimento acerca de uma nova doença já são fatores bastante perturbadores, que dirá para grupos mais vulneráveis ao forte estresse que essa pandemia representa. Apesar de não haver estudos robustos que ratifiquem essa realidade, diversas teorias têm sido aventadas”, conclui Guimarães.


 

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