Congresso quer celeridade na votação da PEC da regulamentação de precatórios

Lira e Pacheco preveem aprovação em até 40 dias, mas parlamentares reclamam que nenhum texto foi apresentado até agora

Por Da Redação
Ás

Congresso quer celeridade na votação da PEC da regulamentação de precatórios

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Com pressa em solucionar o impasse do pagamento dos precatórios, o presidente da Câmara dos Deputados Federais, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) querem agilidade na votação do projeto.  

A Proposta de Emenda a Constituição (PEC) regulamenta o pagamento dos precatórios para o próximo ano (2022). O tema prevê que se as dívidas da União não forem bem administradas, o acúmulo pode somar R$ 170 bilhões até 2026. 

Precatórios são dívidas de ações judiciais que a União é obrigada a pagar quando não há mais possibilidade de recursos na Justiça. 

Após reunião nesta terça-feira, Pacheco, Lira e o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegaram a um acordo para enquadrar o pagamento dos precatórios na regra do teto de gastos, essa limita o crescimento das despesas da União com base na informação do ano anterior. 

Com a proposta acertada no Congresso, o valor de pagamento dos precatórios para 2022 ficaria limitado ao valor entre R$ 39 e R$40 bilhões. Com isso, R$ 49,2 bilhões do total previsto, que era de R$ 89 bilhões, para 2022, ficaria "alheio ao limite do teto", e poderia ser transferido para 2023. Há também uma proposta que prevê que esses valores podem ser renegociados com os credores.

O gerenciamento dos precatórios que ficariam de fora da regra sugerida pelos presidente do Senado e da Câmara é importante para evitar o risco de acúmulo dessas dívidas, avalia o economista Ítalo Franca, do Santander Brasil. Nos cálculos do especialista, se não houver nenhum tipo de gerenciamento desse "resto", há possibilidade de acúmulo de R$ 170 bilhões em precatórios não pagos entre 2022 e 2026, ou 1,5% do PIB previsto para o próximo ano.

A simulação considera uma curva de crescimento das despesas com precatórios, com dívidas que podem entrar na conta utilizando como referência a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Balanço Geral da União, adicionada a correção do teto dos precatórios pela publicação projetada. 

Segundo o economista, o volume previsto de pagamento de precatórios nos anos seguintes fica entre R$ 70 e R$ 5 bilhões por exercício.  

Franca, porém, pondera que é preciso acompanhar se a proposta de Pacheco e Lira, apresentada após reunião com a equipe econômica, vai ser aprovada e se não vai haver contestação jurídica, já que há uma postergação no pagamento de dívidas. É preciso ter mais clareza sobre as regras da proposta e saber se o sub-teto (teto de pagamento dos precatórios) valerá para os anos seguintes, como 2023 em diante.

Com pressa, Lira quer concluir a votação do projeto no prazo de 15 a 20 dias. Já no Senado, Pacheco estima um prazo de duas a três semanas para que a votação seja concluída. Mas parlamentares reclamam que não há informações sobre  PEC e que nenhum texto foi apresentado para análise. 

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