Conheça os benefícios da Terapia Assistida por Animais (TAA) para pacientes hospitalizados
Os benefícios da terapia não ajudam só os pacientes, mas também os profissionais de saúde que enfrentam estresse diário

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O amor por animais de estimação pode ajudar no tratamento de pessoas hospitalizadas. Com a pandemia da Covid-19, e o crescimento exponente de pessoas internadas em leitos hospitalares, a Terapia Assistida por Animais (TAA) é um importante recurso no tratamento de doenças e no suporte a pessoas acamadas.
A terapia ajuda ainda pessoas com doenças psiquiátricas, idosos e crianças com necessidades específicas, incluindo aquelas com deficiências físicas ou intelectuais.
O método tem por objetivo promover o bem-estar físico, emocional, cognitivo e social, valendo-se do animal como principal agente terapêutico — ele funciona como um elo entre o terapeuta e o paciente. Estudos apontam inúmeros benefícios dessa modalidade.
Os benefícios da terapia não ajudam só os pacientes, mas também os profissionais de saúde que enfrentam estresse diário. Com a covid-19, muitos deles estão em estado de exaustão mental e físico.
Pesquisadores da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, descobriram que a interação com cachorros acalma quem está na linha de frente das emergências.
O estudo contou com 122 profissionais de salas de emergências. Durante o expediente, sem horário definido, os médicos e enfermeiros brincavam por cinco minutos com cães terapeutas - animais treinados por um período de 4 a 8 meses para exercerem a função. Após a interação, observou-se que todos se sentiam menos ansiosos.
A Terapia Assistida por Animais (TAA) foi adotada pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Os bichos circulam pela pediatria, ortopedia e geriatria, alegrando pacientes e funcionários.
Um estudo realizado, no Albert Einstein, apontou que as crianças hospitalizadas que tiveram contato com animais de estimação apresentaram alívio da dor e do desconforto, se tornaram mais cooperativas nos procedimentos hospitalares, assim como apresentaram aumento do prazer e da felicidade.
Nas últimas décadas, pesquisadores perceberam que o vínculo entre homens e animais ajuda o ser humano a lidar com situações de muita dor ou estresse. Foi a partir dos estudos que diversos bichos como cães, cavalos, pássaros e gatos começaram a ter o papel de "terapeutas" de pacientes com depressão, Alzheimer e câncer.
"Observamos um aumento na afetividade, autoestima; diminuição na quantidade de medicamentos analgésicos, além da liberação de hormônios como serotonina, endorfina, oxitocina, associados ao bem-estar, e, principalmente, a redução do cortisol", diz Silvana Fedeli Prado, fundadora da ONG Patas Therapeutas, ao UOL.
Criada em 2012, a organização trabalha em 15 instalações diferentes. Para participar das atividades, os animais, que podem ser domésticos, silvestres e até exóticos, passam por um adestramento especial.
Prazer para os animais
Além do adestramento especial, os animais da TAA precisam tomar banho no dia da sessão. Aliás, o cuidado com eles não se resume à saúde. Seu bem-estar também é fundamental: os animais devem sentir prazer ao executar as atividades propostas durante a terapia.
Uma pesquisa americana, considerada a maior neste campo, relatou que cães terapeutas em hospitais pediátricos não ficavam estressados com seu trabalho. Os pesquisadores da American Humane, organização americana dedicada à promoção do bem-estar animal, analisaram os níveis de cortisol dos animais antes e durante as atividades e verificaram que não houve nenhuma alteração nas taxas do hormônio, que cresce em situações de estresse.
Projeto de Lei
A Câmara Municipal de Salvador poderá aprovar Projeto de Lei (Nº 167/2021) de autoria do vereador Dr. José Antonio (PTB) sobre o ingresso de animais domésticos e de estimação nos hospitais públicos e privados a pacientes em internações de longa permanência em Salvador.
Para o parlamentar, é preciso considerar os efeitos positivos do uso terapêutico dos animais em hospitais e a luta pela implementação da medicina cada vez mais humanizada em Salvador.
“É certo que o animais não possuem a capacidade de curar os pacientes, mas o contato direto com eles é capaz de liberar hormônios positivos, como endorfinas beta, oxitocina e acetilcolina, sendo este último responsável pela sensação de tranquilidade e diminuição dos sintomas do estresse”, afirmou Dr. José Antonio.