Correios estimam precisar de R$ 7 bi em contribuição do Tesouro Nacional para fechar contas até o fim de 2026
Presidência da estatal passou por reformulação em meio a grande crise

Foto: Reprodução/Antônio Cruz/Agência Brasil
Em meio a uma grande crise, os Correios estimam que será necessária uma contribuição no valor total de R$ 7 bilhões do Tesouro Nacional para sanear as contas e ser capaz de pagar um empréstimo com o setor financeiro, em negociação com bancos. O planejamento da estatal é de receber o auxílio de R$ 2 bilhões neste ano, e R$ 5 bilhões em 2026.
O ex-presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, estava em processo demissionário desde o início de julho, e foi substituído por Emmanoel Schmidt Rondon, aprovado pelo Conselho de Administração para assumir o cargo. Segundo pessoas próximas da empresa, com a nova presidência dos Correios, a estatal deve reafirmar com o Ministério da Fazenda a necessidade de receber recursos.
Inicialmente, o maior dilema nos investimentos do Tesouro Nacional sob o Correios está no fato da possibilidade da estatal passar a ser considerada dependente. Neste caso, todos os gastos, que somados beiram os R$ 20 bilhões, seriam considerados no Orçamento da União, que precisaria renunciar a outras políticas públicas para manter o investimento.
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, parte da solução do problema da estatal está em dividir as obrigações de universalizações do Correios para outros atores do mercado, mantendo a empresa como participante, para reverter a relação deficitária que consome os resultados da empresa.
Diante da possibilidade, integrantes da pasta defendem que é necessário trocar a gestão da empresa, diante da análise de que a equipe atual não entregou os resultados esperados. Também é levantada a necessidade de adotar ações para reverter a situação negativa no curto prazo.
As críticas à gestão acontecem principalmente com base nos índices de prejuízo dos Correios no primeiro semestre do ano, que triplicou em relação ao mesmo período do ano anterior, saindo de R$ 1,35 bilhão para R$ 4,37 bilhões.
O governo deve fazer alterações nas diretorias dos Correios e trocar as indicações feitas pelo União Brasil. Apenas duas diretorias comandadas por mulheres na estatal devem ser mantidas: Governança e Gestão, comandada por Juliana Picoli Agatte, e a diretoria Financeira, que tem Loiane Bezerra de Macedo à frente.
Um dos motivos que levaram a demissão de Fabiano, foi as dificuldades para implementar um plano de corte de despesas, em um cenário que fazia relação a 60% do custo fixo dos Correios.