CPI do Crime Organizado será instalada nesta terça (4) no Senado com foco em milícias e facções criminosas
Comissão investigará a estrutura e expansão de grupos como o PCC e o Comando Vermelho; senador Alessandro Vieira (MDB-SE) é cotado como o relator

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira (4), às 11h, no Senado Federal, com o objetivo de investigar a atuação e o crescimento de facções criminosas e milícias em todo o país. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do pedido de criação, deve ser o relator dos trabalhos.
A definição ocorre após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos e reacendeu o debate sobre a escalada da violência no estado. O episódio motivou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a determinar a instalação imediata da CPI.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), 78 anos, por ser o mais antigo entre os indicados, vai presidir a sessão de instalação. Ainda não há consenso sobre quem assumirá a presidência do colegiado, mas as negociações seguem em Brasília nesta segunda (3). De acordo com o regimento do Senado, o presidente e o vice-presidente da CPI são eleitos entre os integrantes. O presidente, então, designa o relator cargo que deve ficar com Vieira, segundo apuração da TV Globo.
A comissão terá 11 membros titulares e 11 suplentes, e funcionará por 120 dias, prorrogáveis. O objetivo é investigar o modus operandi de facções e milícias, suas estruturas de comando, fontes de financiamento e influência regional.
“Pelo perfil dos parlamentares indicados, não será uma CPI chapa-branca”, afirmou Alessandro Vieira.
O pedido de criação foi protocolado em 17 de junho, mas só ganhou força nas últimas semanas, após a nova crise de segurança pública no Rio. Um dos motivos para a demora foi a resistência dos partidos em indicar os representantes, diante da complexidade e do peso político do tema. As indicações só foram concluídas em 20 de outubro.


