CPI do Senado ouve auditor do TCU por estudo que contesta mortes por covid-19
Levantamento foi citado por Bolsonaro e depois desmentido pelo Tribunal de Contas da União, que afastou o servidor

Foto: Reprodução / Twitter
Será ouvido pela CPI da Covid nesta terça-feira (17), o auditor do TCU (Tribunal de Contas da União) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. Ele teria feito um estudo que foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro e que apontaria que o número de mortes no Brasil seria menos da metade do realmente computado.
A informação foi destacada por Bolsonaro em junho como argumento de que haveria uma supernotificação de casos de covid-19 no país. Segundo o documento, apenas quatro em cada dez óbitos (41%) registrados por complicações da doença seriam efetivamente resultado da contaminação pelo novo coronavírus.
Bolsonaro afirmou posteriormente que errou ao fazer a declaração, e o TCU desmentiu que tenha produzido o documento, indicando que o texto seria uma análise pessoal de Alexandre Marques. O servidor foi afastado do cargo por 60 dias.
O auditor prestou depoimento em julho à comissão constituída no TCU para investigar a conduta do servidor no caso. Conforme reportagem do jornal "Folha de S. Paulo", Marques afirmou que o documento foi alterado após o envio a Bolsonaro.
A convocação do auditor Alexandre Marques foi sugerida pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Vieira quer “esclarecer os detalhes da participação” do auditor na produção do “estudo paralelo".
Ex-secretário
A CPI vai ouvir também o depoimento do ex-secretário da Saúde do Distrito Federal, Francisco de Araújo Filho, denunciado por irregularidades na compra de testes rápidos.
O depoimento atende requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE). Ele lembra que a Operação Falso Negativo, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal, descobriu irregularidades na aquisição de testes para identificação do novo coronavírus.
O ex-secretário chegou a ser preso e denunciado por organização criminosa, fraude à licitação e desvio de dinheiro público.


