Cresce número de trabalhadores que ganham no máximo um salário mínimo
No trimestre encerrado em setembro do ano passado, eram 27,3 milhões recebendo até um salário

Foto: Reprodução/ Época
Entre o terceiro trimestre de 2014, início da recessão, e o mesmo período do ano passado, cerca de meio milhão de trabalhadores passaram a ganhar um salário mínimo.
No trimestre encerrado em setembro do ano passado, eram 27,3 milhões recebendo até um salário, um terço do total de trabalhadores do País. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, compilados pela consultoria Idados.
A partir deste mês, o mínimo passa a ser de R$ 1.045. O novo piso, porém, é insuficiente para as despesas básicas do trabalhador, de acordo com especialistas.
Os dados mostram que os empregos informais são expostos a condições piores e à baixa remuneração. No terceiro trimestre do ano passado, eram 20,9 milhões de informais ganhando até R$ 998 por mês, ante 6,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada que tinham essa remuneração no mesmo período.
“O aumento da informalidade realmente levou mais trabalhadores no mercado a ganhar menos. As pessoas perderam a proteção que o mínimo representa e, por sobrevivência, aceitaram qualquer oportunidade”, avalia Ana Tereza Pires, pesquisadora da IDados. Além disso, a diferença salarial entre demitidos e admitidos aumentou nos últimos meses do ano passado, o que aponta que o aquecimento do mercado ainda não recuperou o vigor de antes.