Crise da Evergrande: Bolsas asiáticas registram queda devido às preocupações com o setor imobiliário
Índice Nikkei, de Tóquio, recuou 1,1% nesta segunda-feira (4)

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A crise da gigante imobiliária chinesa Evergrande continua afetando o mercado financeiro. Nesta segunda-feira (4), as Bolsas asiáticas caíram devido às preocupações com o setor imobiliário na China e com a inflação. No geral, a Bolsa de Hong Kong caiu 2,7%, enquanto o índice Nikkei, de Tóquio, recuou 1,1%. Os mercados da China continental estão fechados e assim ficarão até a próxima quinta-feira, devido ao feriado do Dia Nacional. Na Coreia do Sul, as bolsas também estão fechadas.
De acordo com a imprensa chinesa, a negociação de ações da Evergrande foi suspensa na Bolsa de Hong Kong, suscitando dúvidas sobre o futuro da companhia. Isso ocorre alguns dias depois de a empresa não pagar, pela segunda vez, juros devidos a investidores estrangeiros. A imprensa local afirmou, ainda, que a empresa vai vender metade das ações de sua unidade de administração de imóveis por mais de US$ 5 bilhões. No entanto, essa notícia pouco ajudou a acalmar o mercado.
"O maior problema não é um calote de Evergrande, mas o ambiente que levou à sua queda. As autoridades estão regulamentando os empréstimos imobiliários e os empréstimos para empresas imobiliárias. Os mercados já estão procurando por um próximo Evergrande", disse Kazutaka Kubo, economista sênior da Okasan Securities. "Há um risco crescente de que os problemas de Evergrande se espalhem para todo o setor imobiliário chinês", completou.
Remédio contra Covid-19
O investidor se mostrou otimista depois que a Merck & Co disse que um tratamento antiviral oral experimental poderia reduzir pela metade as chances de morrer ou ser hospitalizado para aqueles com maior risco de contrair Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, grave. Uma série de dados econômicos dos Estados Unidos, divulgados na última sexta-feira (1), também mostraram aumento nos gastos do consumidor e aceleração da atividade fabril, embora a alta inflação tenha mantido vivas as preocupações de que os bancos centrais possam precisar aumentar as taxas de juros mais cedo do que o esperado atualmente.
A inflação da Zona do Euro também atingiu a maior alta em 13 anos, no mês passado, e parece provável que suba ainda mais. Os investidores temem que a inflação global possa persistir por mais tempo do que o esperado, dado um aumento contínuo nos preços das commodities e interrupções no fornecimento em muitas partes do mundo, apesar da insistência do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que a alta inflação é transitória.