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Crise no INSS: Lea Bressy fala em “ilação perigosa” e acusa Gilberto Waller de machismo após pedido de exoneração

Presidente do Instituto afirma que servidora tem ligação com Stefanutto e critica ações realizadas na sua ausência

Por Stephanie Ferreira
Às

Atualizado
Crise no INSS: Lea Bressy fala em “ilação perigosa” e acusa Gilberto Waller de machismo após pedido de exoneração

Às vésperas do ano eleitoral, o Governo Federal enfrenta mais uma crise referente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dessa vez, segundo fontes do Farol da Bahia, o conflito velado entre o Ministério da Previdência Social e o presidente da autarquia criou fissuras dentro do próprio Instituto. 

A situação ganhou um novo episódio quando o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, pediu a exoneração da diretora de Tecnologia da Informação, Lea Bressy. Em resposta, o ministro Wolney Queiroz pediu que justificasse, com provas, a solicitação. 

Em entrevista ao Farol da Bahia, Bressy rebateu as acusações que constam no documento enviado à pasta, do qual o Farol teve acesso. No texto, Gilberto diz que a servidora de carreira “tem notória proximidade” de Alessandro Stefanutto, ex-presidente demitido do cargo e preso durante a Operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF).

“É uma ilação muito perigosa, porque nós mulheres somos o tempo todo subjugadas pelo fato de que nós não podemos assumir um cargo de chefia sem ter tido alguma relação sexual ou de poder com algum homem. Então, eu acho que mais importante do que isso é entender que nós mulheres somos competentes e técnicas para assumir os cargos que nós estamos”, disse ao atribuir machismo à postura de Waller.
 
Segundo Lea, o pedido de exoneração, emitido neste mês, a pegou de surpresa já que a relação de ambos, desde a nomeação dele como presidente no final de abril de 2025, foi “tranquila”, e que todas as informações sobre seu trabalho com o ex-presidente já eram de conhecimento geral. Quando Gilberto Waller entrou na presidência, Lea era diretora de gestão, nomeada 15 dias antes da Operação sem Desconto. 

“Ele gostou do meu trabalho. Dos três diretores, ele resolveu que somente eu ficaria e eu fui convidada a assumir uma diretoria maior. Eu estava na diretoria de gestão de pessoas, fui convidada para assumir a diretoria de tecnologia e da informação".

Ela reforça ainda que o convite para ser substituta na presidência partiu do próprio gestor. 

Como justificativa, o presidente ainda citou ações realizadas durante a sua ausência na presidência, entre elas nomeações, falta de diálogo com as superintendências e o calcanhar de Aquiles: o crescimento da fila de espera. Atualmente, o número de requerimentos para benefícios se aproxima a 3 milhões.

Apesar do número expressivo, Lea afirma que houve uma redução dos “incidentes sistêmicos” que ajuda a melhorar o andamento da fila. Ela avalia que parte do represamento também resulta de requerimentos enviados de forma equivocada pelos solicitantes. “Se você orientar, o requerimento em vez de três, quatro requerimentos, seria um requerimento só. É a coordenação que gerencia a fila, ela faz reuniões semanais trazendo o extrato da fila, mostrando a situação, temos feito reunião também mensais com a Dataprev".

Questionada sobre os demais pontos, ela disse que não houve nenhuma conversa nem feedback sobre as atividades realizadas e que soube do pedido de exoneração por ofício após as férias do presidente. 

“Eu nunca fui questionada, inclusive quando ele voltou de férias ele não mais me procurou. Eu fiz o exercício normal. O que foi solicitado pelo Ministério, eu respondi. O que já estava nas caixas solicitado pelo gerente, pelo superintendente, todas as nomeações, não foram só as nomeações que foram citadas na mídia, eu fiz inúmeras nomeações durante esse tempo, mas eram todas que já constavam no fluxo de processos do gabinete. Como ele viaja muito, muitas vezes os ofícios, as coisas demoram um pouco mais para serem assinados”, disse.

Um dos grandes pontos do atritos por parte de Waller teria sido a aproximação da servidora com o Ministério, de acordo com fontes. Questionada, Lea afirma que tem bom relacionamento com a pasta. “Eu tenho tido todo o apoio do Ministério sempre que solicito.[...] Durante a semana que eu substituí o presidente, eu tentei atender todas as demandas do Ministério por entender que somos parceiros. Não há uma subordinação direta, mas há uma vinculação”, afirmou.

Segundo ela, durante uma conversa com o ministro, ele afirmou que solicitaria a motivação do pedido de exoneração “mas que ele me reconhecia como uma servidora técnica e extremamente competente e por esse motivo ele ia questionar porque achava que seria uma perda para Casa que eu saísse”, concluiu Lea. 

Stefanutto 
Nas redes sociais de Alexandre Stefanutto há uma foto com o filho mais novo de Lea. Questionada sobre o registro, a servidora afirma que a relação é restritamente profissional e que a fotografia foi feita no ambiente de trabalho durante uma visita. 

“Um dia meu filho foi ao meu trabalho e como todo mundo que tem filho sabe, ele queria conhecer meu chefe, eu apresentei. Ele foi extremamente educado com o meu filho, tirou uma foto. É uma relação tão profissional que meu filho conheceu o meu chefe no ambiente de trabalho", afirmou.

Segundo a diretora, ambos se conheceram no início de 2024, quando ainda ocupava o cargo de gerente-executiva em Salvador, durante uma reunião de gestores. Posteriormente, recebeu o convite para ser superintendente da região Norte e Centro-Oeste. 

“Nesse tempo que ele virou presidente, estavam procurando uma superintendente para a região Norte e Centro-Oeste, queria uma mulher e aí eu recebi esse convite. Foi aí nesse momento que eu conheci, porque eu tinha feito parte de um grupo de trabalho e ele conheceu o meu trabalho. Assumi a superintendência Norte-Centro-Oeste e trabalhei com ele, sendo que eu era da superintendência, não era da direção central”, contou. 

Ela afirma que não houve mais contato desde o afastamento de Stefanutto do cargo em abril após a Operação Sem Desconto que investiga o esquema de fraude com descontos ilegais em aposentadorias e pensões.  Ele foi posteriormente demitido e preso no dia 13 de novembro. 

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