Custo do gás de cozinha cresce diante de cenário atual da pandemia no Brasil

Preço do insumo essencial para famílias cresceu cinco vezes mais que a inflação

Por Da Redação
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Custo do gás de cozinha cresce diante de cenário atual da pandemia no Brasil

Foto: Reprodução/Jornal Hoje em Dia

Produto essencial no cotidiano, o gás de cozinha pesou ainda mais no bolso das famílias mais pobres neste período de pandemia. Desde maio do ano passado, no início da crise, seu preço subiu cinco vezes mais que a inflação. Com o desemprego batendo à porta, o custo do gás virou um problema social, a ponto de merecer políticas públicas emergenciais no Ceará e no Maranhão. 

O tema foi tratado também pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que manifestou a intenção de recorrer à Petrobrás para baratear o produto. Mas, até agora, não houve qualquer manifestação pública por parte do governo federal e da empresa sobre o assunto. O preço do botijão disparou, de fato, a partir do segundo semestre do ano passado. O pior momento, no entanto, foi neste ano.

De janeiro a abril, subiu 11,45% e nos 12 meses iniciado em maio de 2020, 17,25%, segundo o IPC-S, indicador de inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), utilizado em reajustes salariais e de aluguel. No mesmo período, a inflação apresentou um aumento de 3,5%, cinco vezes menos do que o gás de cozinha.

“O GLP é o principal energético usado no preparo de alimentos por famílias de baixa renda. É o gás que entra em comunidades do Brasil todo. Algo que sobe mais que a média do salário exige muito esforço das famílias. Num nível de desemprego elevado como o atual, é ainda mais sentido. Ficar sem gás é ficar sem comida”, afirmou André Braz, coordenador adjunto do Índice de Preço ao Consumidor (IPCA) do Ibre/FGV.

Professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adilson de Oliveira avalia que qualquer solução para o gás passa pela estabilização do preço, o que pode ser conseguido com a criação de um fundo de estabilização, como vem sendo estudado pelo governo. Ele lembra que, no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi adotado o ‘Auxílio Gás’ e, no de Luiz Inácio Lula da Silva, o benefício foi incorporado ao Bolsa Família.

“O governo federal fala, mas ainda não colocou na mesa a sua proposta. É preciso saber onde o governo quer chegar, ou começam a aparecer propostas extemporâneas para resolver lobbies específicos, que, em vez de ajudar, atrapalham”, disse.

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