Custos com alimentação básica no Brasil correspondem a 33,7% do salário mínimo
O país aparece na 35º colocação em ranking sobre custo da cesta básica

Foto: Reprodução/Metrópoles
O Brasil figura entre os países onde é preciso gastar pelo menos um terço do salário mínimo para comprar a cesta básica de alimentos. Isso é o que mostra levantamento realizado pela plataforma global de e-commerce Picodi, com base nos pisos nacionais de 2021 de 56 nações. A alimentação básica do brasileiro em 2021 representa cerca de 33,7% da remuneração mínima líquida, que equivale a R$ 1.012 por mês.
A remuneração líquida é o dinheiro que um funcionário leva para casa após todas as deduções, como, no caso do Brasil, FGTS e INSS. No ranking elaborado pelo site Picodi, presente em 44 países, o Brasil está na 35ª colocação, atrás de nomes como Argentina, Montenegro, Chile, Taiwan e Colômbia. A cesta básica usada no levantamento, contudo, é universal, composta de oito itens: pão, leite, ovos, arroz, queijo, carne, frutas e vegetais.
O preço total dos alimentos básicos aumentou de R$ 304,27, em 2020, para R$ 341,12, em 2021, o que representa uma alta de 12,1%. “Os preços dos produtos vêm do site numbeo.com, no qual os dados são coletados por usuários da internet de todo o mundo”, explicou o Picodi. O economista Clovis Scheres, supervisor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), avalia que a situação do Brasil, na realidade, é mais grave ainda.
Ele ressalta a necessidade de levar em consideração itens específicos nos pratos do brasileiro, como feijão, óleo de soja e açúcar. “Para uma pessoa, a gente acha que pouco mais da metade de um salário mínimo serve. Para uma família de um casal e dois filhos, seria basicamente três vezes disso”, diz Scheres.