Aos 66 anos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já poderia ter sido vacinado contra a Covid-19 há duas semanas, sem furar fila. A imunização de idosos nesta faixa etária no Distrito Federal, foi iniciada no último dia 3 deste mês, chegou a ser suspensa 48 horas depois por falta de doses, mas foi retomada na sexta-feira passada (9). Com 365.954 mortes desde o início da pandemia, o tema virou objeto de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). 

É também tema da antecipada campanha de 2022, quando o presidente planeja disputar a reeleição. Desde julho de 2020, quando foi infectado pelo vírus, o presidente vem apresentando uma série de oscilações em suas declarações sobre o avanço da doença, mas sempre joga a culpa pelo agravamento da crise no Supremo Tribunal Federal (STF), nos governadores e prefeitos.

Na noite desta quinta-feira (15), durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, o presidente voltou a repetir que se curou com cloroquina, remédio sem eficácia comprovada. “Eu tomei e me safei. Muita gente tomou e se safou”, disse o presidente, em mais uma pregação de “tratamento precoce”, considerado arriscado pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Em declaração ao jornal O Estado de São Paulo (Estadão), o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que Bolsonaro já resolveu se vacinar. “Mas o dia que vai ser é decisão dele. Quando ninguém esperar, ele vai tomar”, garantiu. Porém, Faria não deu nenhuma pista sobre a data.