Defasagem da tabela do Imposto de Renda chega a 24,49%

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), prometeu, desde a campanha de 2018, uma atualização da tabela do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas, o que ainda não aconteceu. Dados recentes da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional) apontam que a defasagem do tributo no governo é de 24,49%. A informação é do jornal O Globo. 

Para realizar o levantamento, a associação fez a conta da defasagem total do Imposto de Renda desde 1996. Segundo a entidade, com a inflação de 10,06% no ano passado, a defasagem acumulada da tabela do IR chegou a 134,53%. Além disso, os dados mostram que, entre 1996 e 2021, a variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, chegou a 391,88%, bem abaixo do reajuste da tabela do Imposto de Renda, que foi de 109,63%.

Na campanha, Bolsonaro sinalizava uma ampliação da faixa de isenção para cinco salários mínimos, o que equivalia a cerca de R$ 5 mil na época,  em valores atuais seria R$ 6.060. Para quem ganhasse além desse valor, seria cobrada uma alíquota única de 20%. No entanto, até o momento, o presidente não conseguiu propor a atualização da tabela pela inflação.

Desde 2015 sem atualização, a defasagem na tabela do IR pesa no bolso do brasileiro. Segundo analistas, haveria duas formas de modificar a tabela. A mais demorada é enviar um projeto de lei ao Congresso. A forma mais célere é editar uma Medida Provisória (MP) reajustando a tabela, o que pode ser feito por Bolsonaro.