Deixando presidência do STF, Toffoli defende reforma administrativa para magistrados

Em um balanço de sua gestão na presidência do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli defendeu nesta sexta-feira (4) que a reforma administrativa trate também na magistratura. Na avaliação dele, deveriam ser determinados novos parâmetros para o ingresso na carreira, que ainda precisaria ter um subsídio inicial menor com mais fases para se chegar ao topo. Isto porque, para ele, a diferença remuneratória pequena entre o início e final da carreira acaba desincentivando o crescimento. De toda forma, Toffoli ponderou que as mudanças só poderiam atingir os novos ingressantes e que o Congresso Nacional pode tratar do assunto, uma vez que é necessária a mudança na Constituição Federal.

"Acho que o Congresso tem todo o direito de discutir esse tema e estabelecer parâmetros que sejam importantes para que o Estado possa ter uma atuação orçamentária que não privilegie segmentos e possa atender os mais pobres, os mais vulneráveis e diminuir as desigualdades sociais e regionais", falou.

Dias Toffoli ainda defendeu o inquérito das "fake news", colocando que a história mostrará o valor dela para a democracia e falou que a Corte tem coragem de enfrentar temas complexos e tem sido atuante na defesa e salvaguarda da democracia e das instituições.

O ministro ressaltou a digitalização do judiciário e lembrou que, mesmo durante a pandemia da Covid-19 no Brasil, a Suprema Corte continuou com os julgamentos e, como não poderia ser diferente, expressou solidariedade às famílias enlutadas por conta do coronavírus.

O novo presidente do STF, Luiz Fux , toma posse na próxima quinta-feira (10). A ministra Rosa Weber será a vice-presidente.