Delator do Mensalão diz que foi ameaçado para salvar o governo Lula
Declaração consta na delação premiada de Marcos Valério Fernandes de Souza
O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do maior escândalo de corrupção do governo petista antes da Lava-Jato, afirmou que foi ameaçado de morte quando foi prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, em 2005. A declaração consta em depoimento na delação premiada fechada com a Polícia Federal e que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Marcos, a ameaça foi feita por Paulo Okamotto, ex-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Instituto Lula. Atualmente, Okamotto coordena a criação de “comitês populares” do PT na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda em depoimento, o empresário relatou que, no dia em que iria revelar detalhes do mensalão à então comissão, Okamotto o procurou, informou a ele que vinha “a mando do presidente” e pediu que, como operador do mensalão, não revelasse tudo o que sabia. A memória seletiva seria, segundo o delator, uma forma de colaborar para “segurar o presidente Lula no governo”.
Em entrevista à revista Veja, Okamotto afirmou que se trata de “invenções” de Marcos Valério. “Já houve pedido de abertura de inquérito, investigação, já investigou, fechou, encerrou, começou de novo, sei lá”, disse.