Diretor do Butantan diz que instituto pode não ter mais doses da CoronaVac após o dia 14
Dimas Covas fez críticas quanto a postura diplomática do país com a China

Foto: Reprodução/ABC do ABC
O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira (6) que o instituto não deve ter mais doses da Coronavac a partir de 14 de maio. Ele atribuiu o atraso na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA), fundamental para a produção dos imunizantes, à postura do governo com a China, principal fornecedora dos insumos.
"Existe dificuldade. Há uma burocracia mais lenta e há autorizações reduzidas de volumes (do IFA). Essas declarações têm impacto, e ficamos a mercê. Não vamos ter, de fato, condições de entregar. Pode faltar? pode faltar. E temos que debitar isso, principalmente, do governo federal, que tem remado contra", disse.
Nessa quarta-feira (5), Bolsonaro voltou a insinuar que o coronavírus poderia ter sido criado pela China. “Nós ficamos à mercê dessa situação porque não vamos ter, de fato, até dia 14. Após isso pode faltar”, disse Dimas. Hoje, o Ministério da Saúde recebeu mais uma remessa com 1 milhão de doses da Coronavac.
A próxima remessa de IFA deveria ser autorizada entre os dias 10 e 13 deste mês. O prazo, segundo Butantan, pode não ser cumprido, o que impossibilitaria produção de novas doses para maio. Por conta de atrasos no recebimento de IFA, o Butantan precisou atrasar o cronograma de entrega das 46 milhões de doses contratadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) para até o final de abril.