Diversidade e fragmentação da Mata Atlântica
Confira o editorial desta quinta-feira (27)

Foto: Divulgação
Em 27 de maio é celebrado o Dia da Mata Atlântica, um das áreas de maior biodiversidade no planeta e também uma das mais ameaçadas. Compreende 15% do território brasileiro e está distribuída em 17 estados, incluindo a Bahia.
A regulação do clima e do abastecimento de água na região e arredores são dois dos principais fatores à persistência nos pedidos para que se controle a sua superexploração.
A data é uma referência a 27 de maio de 1560, quando o Padre Anchieta assinou a Carta de São Vicente, documento no qual descreveu, pela primeira vez, a biodiversidade das florestas tropicais nas Américas.
Hoje, restam apenas 7,3% da cobertura florestal original da Mata Atlântica, a quinta área mais ameaçada do planeta. Ainda assim, é uma das mais ricas em espécies endêmicas – ou seja, que só ocorrem ali – em todo o mundo.
Também abriga grande diversidade cultural, constituída por povos indígenas, como os Guaranis, e culturas tradicionais não-indígenas como o caiçara, o quilombola, o roceiro e o caboclo ribeirinho.
Sua proteção é a maior garantia para a estabilidade geológica dessas áreas e grupos, evitando assim as grandes catástrofes que já ocorreram onde a floresta foi suprimida, que resultou em consequências econômicas e sociais extremamente graves.
E é para frear a fragmentação da Mata Atlântica que se tanto luta contra afrouxamento de leis de proteção e anistia a donos de terra que destruíram áreas sensíveis.
É ainda uma luta contra o Despacho 4410/2020, que altera a interpretação da Lei da Mata Atlântica e do Código Florestal, permitindo que proprietários rurais não recuperem Áreas de Proteção Permanente desmatadas e ocupadas até julho de 2008, como margens de rios e topos de morro.