Duas em cada três mortes de bebês podem ser evitadas com vacinação, amamentação e acesso básico à saúde

Observatório de Saúde na Infância reuniu dados sobre mortes evitáveis de crianças no Brasil

[Duas em cada três mortes de bebês podem ser evitadas com vacinação, amamentação e acesso básico à saúde ]

FOTO: Elza Fiuza/Agência Brasil

De acordo com dados do Observatório de Saúde na Infância, Duas em cada três mortes de bebês de até 1 ano poderiam ser evitadas no Brasil com ações como vacinação, amamentação e acesso à atenção básica de saúde.

Os dados da pesquisa, que reúne pesquisadores da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates, informaram que O país registra, nessa faixa etária, mais de 20 mil óbitos anuais por causas evitáveis, como diarreia e pneumonia, e vê aumentar o risco à saúde das crianças com a queda da cobertura vacinal.

O Observa Infância identifica as causas de mortes evitáveis entre crianças menores de 5 anos a partir do cruzamento de grandes bases de dados próprias e dos sistemas de informação nacionais.

Patricia Boccolini, pesquisadora do Observa Infância vinculada ao Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão (Nippis)  investiga os fatores que podem gerar impacto na cobertura vacinal, como o acesso à atenção básica à saúde e  programas de proteção social, como o Bolsa Família. 

“A partir de grandes bases de dados nacionais, nós olhamos para cada um dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros. O que percebemos é que existe muita desigualdade em relação à cobertura vacinal. E essa desigualdade está relacionada, principalmente, com o acesso à atenção básica. Onde a atenção básica não chega, a queda da cobertura vacinal é mais acentuada”, observa a pesquisadora.

Cristiano Boccolini, pesquisador do Observa Infância que atua no Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) complementou a fala de Patrícia. “Mais da metade dos bebês mortos por ano poderiam ter sido salvos por um pré-natal adequado e uma boa atenção das gestantes no pós parto".

Além disso, Cristiano destacou que o aleitamento materno tem relação direta com a prevenção de grande parte dos óbitos infantis e que é necessário fortalecer políticas públicas para promover a amamentação na primeira hora de vida e o aleitamento exclusivo nos seis primeiros meses.

De acordo com pesquisas do Observatório, Entre 2018 e 2020, a cidade do Rio de Janeiro foi o município brasileiro com maior número absoluto de óbitos por diarreia entre bebês de até 1 ano. Nessa mesma faixa etária, a capital fluminense ficou em segundo lugar entre os municípios com maior número absoluto de mortes por pneumonia, atrás apenas de São Paulo.  Salvador aparece em 6º lugar da lista.

No caso da pneumonia, a cidade de São Paulo liderou o número absoluto de mortes de crianças até um ano pela doença. Logo após vem Rio de Janeiro, Manaus, Fortaleza e Belém. Salvador apareceu em 8º lugar na lista.

 


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