Economistas reduzem projeção de inflação para 2023 e 2024, mas meta do governo ainda é superada
Relatório "Focus" do Banco Central indica terceiro ano consecutivo de estouro da meta, afetando o poder de compra

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Segundo o relatório "Focus" divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (8), os economistas do mercado financeiro reduziram as estimativas de inflação para 2023 e 2024. Embora tenha havido uma redução de 6,05% para 6,02% na projeção deste ano, a expectativa ainda supera o teto da meta de inflação definida pelo governo. A meta central de inflação para este ano foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Se a projeção do mercado financeiro se confirmar, este será o terceiro ano consecutivo de estouro da meta de inflação, o que prejudica o poder de compra das pessoas, especialmente daquelas com salários menores.
Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro caiu de 4,18% para 4,16%. A meta de inflação definida pelo CMN para o próximo ano é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Para tentar conter a alta dos preços, o Banco Central já está mirando na meta do próximo ano, pois as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Quanto ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa do mercado financeiro para 2023 ficou estável em 1%, enquanto para 2024, a previsão de crescimento recuou de 1,41% para 1,40%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é um indicador importante para medir a evolução da economia.
Em relação à taxa de juros, o mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 12,50% ao ano para o fim de 2023. Atualmente, o índice está em 13,75% ao ano. Para o fim de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia ficou estável em 10% ao ano, o que indica a expectativa de uma queda do juro no próximo ano.
Além disso, o relatório "Focus" também apresenta outras estimativas do mercado financeiro, como a projeção para a taxa de câmbio do dólar, o saldo da balança comercial e a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, que permaneceram estáveis em relação às semanas anteriores.


