"Ele continua firme e não será prorrogado", diz Trump sobre prazo do tarifaço

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (30) que manterá o prazo de 1º de agosto para a entrada em vigor de novas tarifas comerciais, descartando qualquer possibilidade de prorrogação. “O prazo de 1º de agosto é o prazo de 1º de agosto - ele continua firme e não será prorrogado. Um grande dia para a América!!!”, escreveu Trump em publicação no Truth Social.

A decisão já provoca efeitos na economia brasileira. Exportadores de diferentes setores relatam suspensão de contratos e cancelamento de pedidos com destino aos Estados Unidos. O setor pesqueiro, por exemplo, foi um dos primeiros a confirmar prejuízos. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, “todos os embarques de mercadorias foram suspensos e pedidos foram cancelados”.

Representantes da indústria e do agronegócio têm cobrado do governo federal mais agilidade e objetividade nas negociações com os EUA, além da tentativa de estender o prazo de implementação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

O cenário também acendeu o alerta de instituições internacionais. A vice-diretora do Departamento de Pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI), Petya Koeva-Brooks, declarou na terça-feira (29) que, caso as tarifas sejam efetivamente aplicadas, o Brasil poderá enfrentar uma desaceleração econômica mais intensa.

Enquanto isso, o governo brasileiro articula um plano de contingência para minimizar os impactos nos setores mais afetados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o anúncio das medidas caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à CNN, Haddad também indicou que o país não pretende adotar retaliações comerciais “Devolver na mesma moeda não está no cardápio de opções”, afirmou.