Em 2021 auxílio emergencial custaria mais de R$ 15 bilhões em 4 meses
Em um ano, se o benefício fosse estendido, a despesa seria de R$ 45,9 bilhões

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Em um relatório divulgado ontem (16) pela IFI, Instituição Fiscal Independente do Senado Federal, existe a possibilidade de prorrogação por mais quatro meses (janeiro-abril) do auxílio de R$ 300 para 25 milhões de pessoas, o que custaria R$ 15,3 bilhões.
Ainda segundo o relatório, em um ano, se o benefício fosse estendido, a despesa seria de R$ 45,9 bilhões.
Hoje, o auxílio é pago a 67,8 milhões de brasileiros.
De acordo com o diretor executivo da IFI, Felipe Salto, a prorrogação do auxílio é o maior risco fiscal de curto prazo para 2021, já que não há espaço orçamentário no próximo ano. "É muito difícil dizer o que deve ou não ser feito. O quadro social e econômico é muito complicado. Mas dá para dizer que há uma probabilidade alta de que algo seja feito".
O novo relatório da instituição projeta a necessidade de um ajuste de R$ 327,1 bilhões, ou seja, 3,9 pontos porcentuais do PIB, Produto Interno Bruto, para a dívida pública parar de subir em 100% do PIB em 2024. A IFI projeta um crescimento de 2,8% do PIB para 2021. Para 2020, a projeção de queda do PIB passou de 6,5% para 5%.
Ainda segundo Felipe Salto, o espaço para fazer essa prorrogação fiscal não existe no teto de gastos, o que exigiria corte de outros gastos. "Mas tem alternativas do financiamento do lado das receitas, o que envolveria discutir a regra do teto, a PEC emergencial. É uma questão de diretriz da política fiscal."