Empregos na indústria baiana crescem após três anos em queda, diz IBGE

No entanto, as riquezas geradas pela indústria caíram R$ 1,6 bilhão

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Empregos na indústria baiana crescem após três anos em queda, diz IBGE

Foto: Matheus Pereira/Gov-Ba

Após três anos de quedas consecutivas (-32,3 mil vagas), os empregos na indústria baiana cresceram em 2017 (+ 0,6%) em relação ao ano anterior. O setor fechou o ano de 2017 com 1.375 trabalhadores a mais do que em 2016 (215.035 pessoas ocupadas). Os dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que é o melhor resultado para esse indicador entre os estados do Nordeste, embora seja um crescimento tímido que não recupera as vagas perdidas no período de 2014 a 2016.

 A engrenagem do emprego industrial vai à contramão da média nacional, onde houve queda de 48.665 trabalhadores do setor (-0,7%). Houve retração de postos de trabalho em 16 dos 27 estados da federação. O que puxou esse crescimento de empregos neste período foi principalmente a indústria de transformação (+0,6%), com destaque para a fabricação de produtos alimentícios (+7,5%); a preparação de couros e a fabricação de artefatos deste material; artigos para viagem e calçados (+4,7%) e a fabricação de móveis (+17,6%).

Expansão

O estado registrou entre 2016 e 2017 a terceira maior expansão industrial do país (+0,5%) com 30 unidades locais de indústrias ativas a mais. Atrás apenas de Santa Catarina (mais 92 unidades fabris em um ano) e Alagoas (+37). O segmento de fabricação de móveis liderou esse crescimento em termos absolutos, passando de 277 para 308 unidades fabris (+11,2%). Em seguida, veio a indústria alimentícia, que aumentou no mesmo período de 1.234 para 1.259 fábricas (+ 2,0%).

Mas, apesar dos números positivos em relação à alta na quantidade de unidades fabris (segundo aumento consecutivo) e dos empregos após três anos de queda consecutiva, as riquezas geradas pela indústria baiana recuaram R$ 1,6 bilhão (-3,4%) pela primeira vez desde 2009. Os segmentos de derivados de petróleo (-R$ 2.5 bilhões) e produtos químicos (- R$ 1,8 bilhão) puxaram pra baixo esse indicador.

A crise na Petrobras e as dificuldades enfrentadas pelo Polo Petroquímico de Camaçari no período parecem ter contribuído no contexto da redução do Valor da Transformação Industrial do estado, embora isso não seja dimensionado pela pesquisa do IBGE. O Farol da Bahia procurou a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em busca dessa resposta, mas a entidade, por meio de sua assessoria, disse que a equipe técnica precisaria de mais tempo para analisar os dados da pesquisa.

Retração

Já para o vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, João Leão, a retração nestes dois segmentos ocorreu devido a conjuntura econômica do país e ao fechamento temporário da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) e à redução de produção na Refinaria Landulfo Alves (RLAM).

“Entretanto, o Governo da Bahia está confiante em virtude do anúncio feito pela Petrobras, essa semana, de que oferecerá ao mercado 22 áreas de campos maduros, de óleo e gás, em dois polos baianos: Recôncavo e Ventura. Queremos colocar as áreas produtoras para funcionar, o que não pode é ficar parado, pois se os poços estiverem em funcionamento, eles vão gerar empregos, riquezas e renda para nosso povo e para a Bahia”, afirmou.

A perda no valor gerado pela indústria baiana fez com que o estado continuasse a perder participação tanto na indústria brasileira (de 4,4% em 2016 para 4,0% em 2017), quanto na do Nordeste (de 42,6% para 40,0%).

 

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