Empresário alvo da PF recebeu R$ 10 bilhões do Governo Federal; saiba mais
Ação cumpriu 11 mandados de busca para avançar na investigação sobre esquema criminoso em licitações

Foto: Reprodução
Um dos alvos da Operação Route 156, da Polícia Federal, responsável pela investigação do esquema e desvios em licitações do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) foi o empresário Luiz Otávio Fontes Junqueira.
Luiz Otávio é presidente da LCM Construção e Comércio, que possui sede em Belo Horizonte (MG) e foi alvo de busca e apreensão da corporação nesta terça-feira (22).
A casa do empresário em Junqueira, em Nova Lima (MG) também foi alvo da ação da Polícia Federal, onde foram apreendidos três carros da marca Porsche.
Conforme divulgado pela coluna de Fábio Serapião do site Metrópoles, a empresa comandada por Junqueira soma bilhões de reais recebidos pelo Governo Federal através de contratos. Desde 2014, ano de criação da empreiteira, até o momento, foram recebidos aproximadamente R$ 10 bilhões.
Parte da quantia é oriunda de emendas parlamentares, verbas destinadas por deputados e senadores. Através do mecanismo foram destinados para a empresa aproximadamente R$418 milhões, em que R$71 milhões vieram do "orçamento secreto" cuja destinação não possui transparência.
De acordo com a decisão da Justiça Federal que permitiu as ações da PF na terça-feira (22), laudos periciais mostram a participação da empresa em pregões “com vícios insanáveis e comportamento atípico, com propostas com desconto nulo ou acima do preço de referência, simulando competição que jamais existiu”.
Ainda é mostrado pelo documento que o empresário teria “se beneficiado do direcionamento de licitações”, operando um suposto esquema de “lavagem de dinheiro por meio de saques fracionados e realizados por interpostas pessoas”.
A apuração aponta que o total de saques chega a R$680 mil. A empresa nega quaisquer irregularidades.
Os valores arrecadados pela empresa, incluindo através de contratos com o Governo Federal e guardam relação direta com a ascensão da operação Lava Jato.
Em 2014, a investigação iniciou uma variedade de grandes empreiteiras, que quebraram ou ficaram impedidas de firmar contratos com a administração pública.
Operação Route 156
A operação Route deflagrada na última terça-feira (22) é uma parceria entre a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) e apura desvios no Dnit do Amapá.
Além da LCM, também foram alvos das ações da PF o superintendente afastado do Dnit no estado, Marcello Linhares e o empresário Breno Chaves Pinto, 2º suplente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A ação cumpriu 11 mandados de busca para avançar na investigação sobre esquema criminoso de direcionamento de licitações e desvio de recursos públicos federais em contratos de manutenção e recuperação da rodovia BR-156, localizada no Amapá.
De acordo com a PF, a investigação mostra a “existência de uma organização criminosa estruturada no âmbito da Superintendência Regional do Dnit no Amapá que teria fraudado o caráter competitivo de pelo menos quatro pregões eletrônicos”.
A investigação da PF ainda mostra que o grupo integrado pelo suplente e por Linhares simulava a concorrência em licitações com propostas fictícias e cláusulas restritivas nos editais.