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Entenda porque mesmo com flexibilizações, ainda não é o fim da pandemia no Brasil

Vacinação desigual, número de mortes elevado e possibilidade de mutação do vírus ainda causam preocupação em especialistas

Por Da Redação
Ás

Entenda porque mesmo com flexibilizações, ainda não é o fim da pandemia no Brasil

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Apesar dos anúncios de flexibilização das medidas não farmacológicas de combate à Covid-19, impostas pelos governos estaduais, especialistas afirmam que ainda não é o momento para cravar o fim da pandemia no Brasil.  

Com a média diária de mortes no país pela doença em torno de 500 pessoas, a professora de farmacologia da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo), Saraya Samaili, argumenta que para se ter uma ideia, "comparada ao surto de influenza causado pela Darwin, que é bem contagiosa e forte, as pessoas foram internadas, a Ômicron continuou sendo algumas vezes mais letal do que a gripe com a nova variante", diz Soraya ao R7.

Ela ainda acrescente que sob o ponto de vista de mortes, ainda não chegamos nem perto de uma gripe. "O dia em que a letalidade da Covid chegar próximo ao nível [de letalidade] da gripe, poderemos falar que talvez tenhamos controlado a pandemia", complementa.

Vacinação desigual 

Uma das questão que contribuem para o prolongamento da pandemia no país é a vacinação desigual. Enquanto estados como São Paulo, Pauí, Rio Grande do Sul e Paraná, têm mais de 75% da população com duas doses de vacina, outros não possuem essa mesma realidade. 

"Uma cidade pode afetar muitas outras cidades. Nem todos estão na mesma época da cobertura vacinal. Cada estado tem uma situação, porque não houve uma política nacional, um alinhamento para ser feita uma centralização nos calendários de vacinação. Não houve um trabalho conjunto dos estados, para homogeneizar a vacinação. Tem estados que estão na casa dos 50% de vacinados", alerta Soraya, que foi reitora da Unifesp de 2013 a 2021 e coordenadora do Centro SOU_Ciência.

Falta de medicamentos disponíveis no Brasil

Outro ponto de preocupação levantado é a falta de medicamento antivirais disponíveis no SUS  e na rede suplementar de saúde.

Com o vírus circulando no território brasileiro, há ainda a possibilidade das pessoas serem contaminadas e desenvolverem a forma mais grave da doença. E a falta de medicamento faz com que não seja possível comparar a situação pandêmica do Brasil com a de outros países, segundo Soraya, em entrevista ao R7.

"Eles têm acesso a medicamentos que não temos nesse momento, como o paxlovid e outros. São remédios que podem ajudar quem desenvolve a doença [de forma] grave. Esses medicamentos são importados e custam uma fortuna. Alguns hospitais importam [esses produtos], mas é a minoria que vai ter acesso a esses tratamentos", relata Soraya Smaili. 

"A gente ainda não pode abrir mão de medidas não farmacológicas, permitir aglomeração e eliminar o uso de máscara, dizer às pessoas que voltem a ter uma vida normal, porque a pandemia ainda não acabou. A terceira dose é importante. Então o Brasil tem que continuar a vacinação dos grupos vulneráveis que ainda não completaram o ciclo vacinal, as crianças de 5 a 11 anos, é disso que a gente precisa hoje, ter um controle ainda maior da circulação do Sars-CoV-2", complementa.

Possibilidade de novas variantes

E o terceiro fator é a possibilidade do surgimento de novas variantes, não só aqui no Brasil, como no mundo. Isso se dá devido ao alto ritmo de transmissão do vírus e à falta de vacinas nos países mais pobres, o que sugere que o fim da vacinação está longe.

Na última quarta-feira (9), a OMS (Organização Mundial de Saúde) fez um alerta sobre o surgimento de uma nova cepa, a Deltacron. Ela é fruto de uma derivação entre a Delta e a Ômicron.

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