Ernesto Araújo diz que diplomacia brasileira ficou muito tempo "vivendo conceitos ultrapassados"
Ministro participou da formatura de diplomatas no Itamaraty

Foto: Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse nesta quinta-feira (22), durante formatura de diplomatas no Itamaraty, que a diplomacia brasileira, representada pela pasta, ficou muito tempo presa “dentro de si mesma, vivendo conceitos ultrapassados, cantando glórias passadas, lustrando troféus antigos e esquecendo de jogar o campeonato deste ano”.
Além disso, o ministro voltou a dizer que o país, antes do atual governo, flertava com o “marxismo” e o “globalismo”, como forma de explorar ainda mais os trabalhadores, se valendo de instrumentos para “corromper e estraçalhar a fé”, sem considerar as reais necessidades da sociedade. Ele também lembrou que, na última Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), somente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Jair Bolsonaro falaram em liberdade. “O Brasil fala em liberdade através do mundo, se isso nos faz ser um pária internacional, então que sejamos um pária”, disse.
Segundo o ministro, a diplomacia, assim como a poesia, serve à busca da liberdade. “A diplomacia pode ajudar a libertar o pensamento, libertar a língua, libertar a grande nação brasileira e o próprio mundo da pobreza material e espiritual”. “A diplomacia pode ser lírica, dramática e pode ser épica, pode ter bandeira e pátria. A diplomacia pode pensar, pode falar. Para mim, isso foi uma descoberta transformada e quero compartilhar com vocês”, completou.
Ao final do discurso, o chanceler rejeitou a referência a ele atribuída de ser uma autoridade do governo que integra a ala ideológica. “Aqueles que nos acusam de ideológicos são aqueles que idealizam toda a vida para concentrar poderes”, disse. Para ele, a mídia faz parte de um “esquema” que distorce conceitos.