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Especialistas afirmam que ainda é cedo para classificar a Covid-19 de endemia no Brasil

A decisão do Ministério da Saúde de rebaixar o status da doença é considerada um equívoco pelas autoridades científicas

Por Da Redação
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Especialistas afirmam que ainda é cedo para classificar a Covid-19 de endemia no Brasil

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Ministério da Saúde está analisando rebaixar a Covid-19 a uma endemia. Em tese, isso significaria que a doença está controlada e que a população brasileira passaria a conviver com novos casos de maneira ponto, sem a necessidade de medidas de prevenção, como o uso de máscara e distanciamento social, de forma recorrente. No entanto, especialistas afirmam que ainda é muito cedo para alterar o status da doença no país.  

A diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Mônica Levi, afirma, ao R7, que o momento segue sendo de vulnerabilidade. Segundo a especialista, é preciso que se tenha uma atenção especial da saúde pública acerca do controle da Covid-19, antes de declarar que a doença está controlada no país (endêmica). 

“Temos locais com baixa circulação [do vírus], melhora da situação epidemiológica, mas há locais onde [a enfermidade] não está sob controle. Então acho muito precoce e equivocado chamar a Covid de doença endêmica nesse momento”, afirma Mônica.

A diretora do SBIm ressalta ainda que, mesmo com o cancelamento do Carnaval em vários estados do país, o feriado movimento um número muito grande de pessoas que participaram de festas clandestinas e se aglomeraram em praias. E isso pode causar um novo aumento de casos de coronavírus no país. 

“Quando tivermos um período longo e prolongado de diminuição do número de novos casos, internações e mortes, aí poderemos falar que estamos controlando a Covid e considerá-la uma doença endêmica, mas ainda estamos em uma pandemia”, argumenta a especialista.

Uma doença é considerada endêmica quando existe uma previsão de quando os surtos podem ocorrer e, também, quando o sistema de saúde está preparado para receber uma demanda maior de casos em determinada época do ano. Desde março de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou a pandemia de Covid-19 e ainda não deu sinais de possibilidade de rebaixamento da doença. Em coletiva recente, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom, declarou que a pandemia "está longe de acabar". 

Diante disso, o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise Covid-19, faz questão de destacar, durante entrevista ao R7, que o coronavírus circula de forma imprevisível, afastando ainda mais as possibilidades de classificar a doença como uma endemia. 

Vale salientar também que em fevereiro deste ano, o Brasil enfrentou um novo e paulatino aumento de casos de Covid-19, causados pela variante Ômicron. A nova cepa chegou a infectar quase 300 mil pessoas por dia, de acordo com os dados enviados pelos estados ao Ministério da Saúde e ao Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

“Hoje não conseguimos ver quando é o começo de uma onda, qual é mais ou menos o tamanho que ela vai ter e quais são os picos em cada região do país. Olhando ano a ano, percebemos que a gripe começa e tem uma queda na mesma época, mas, quando olhamos a Covid, ainda é algo totalmente imprevisível. Fevereiro fechou com 22.195 óbitos certificados, o que corresponde a um ano da gripe”, declara Schrarstzhaupt ao R7.

Outro ponto levantado pelo coordenador da Rede Análise Covid-19, é a desigualdade na vacinação anti-Covid que o país vive. Para se ter uma ideia, no Amazonas menos de 60% da população está vacinada com as duas doses, enquanto em São Paulo, o percentual de pessoas com o esquema vacinal primário completo é maior que 80%. 

“As pessoas têm uma noção de que em uma endemia está tudo bem. Mas a dengue vem todo ano e mata muita gente. Então a endemia não é sinônimo de não violência, mas de previsibilidade”, esclarece o cientista. 

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