Espetáculo “Savalu” chega a Salvador celebrando ancestralidade e memória corporal

O espetáculo “Savalu: uma inscrição no tempo” será apresentado em Salvador nos dias 27 e 28 de novembro, no Centro Cultural SESI Rio Vermelho, sempre às 19h. O solo é interpretado e criado pela dançarina e pesquisadora Edeise Gomes, professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e estudiosa das culturas e danças de matrizes africanas. Os ingressos estão disponíveis no Sympla e na bilheteria do Teatro.

A obra parte de uma investigação sobre temporalidade e ancestralidade, conduzida por meio da metodologia “Aterrar”, desenvolvida por Edeise durante o doutorado na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A artista explica que “é o reflexo das escolhas que fiz durante a vida, sou eu me olhando e me organizando”.

O solo se estrutura em quatro dimensões conceituais que se entrecruzam no palco: terra, errar, ar e até. Segundo Edeise, “essas palavras me guiaram para construir a apresentação: a terra remete ao território; o errar diz sobre se permitir cometer erros, experimentar a vida e, a partir disso, se conhecer; o ar está em todo lugar, por isso é referenciado como um exercício de se permitir ser visto; e o até representa os limites do que você põe no mundo”.

A proposta revisita os ciclos da existência e destaca a vitalidade expressa pela dança, linguagem central na narrativa de Savalu. A artista também chama atenção para os desafios enfrentados pelo setor. “Salvador é uma cidade dançante, mas infelizmente a dança foi reduzida a área business, do palco, da academia. Todas elas são importantíssimas, elas me formaram, mas não as únicas que existem. Existem cias de dança que continuam se apresentando na cidade, mas não tem a visibilidade necessária”, afirma.