Enquanto a tensão entre Estados Unidos e Irã aumenta, o governo brasileiro trabalha somente para manter as importantes relações comerciais com o país persa. Esta é a linha condutora dos acontecimentos que se desdobram e, qualquer outra informação a respeito do envolvimento do Brasil no conflito, é falácia, uma desleal ou inconsequente tentativa de satirizar aquilo que requer a máxima seriedade, seja de autoridades ou da população. 

Os mísseis lançados pelo Irã na madrugada de quarta-feira contra bases norte-americanos no Iraque, em duas rodadas, coloca todo o mundo em alerta máximo, ao menos enquanto houver silêncio na Casa Branca, quanto a um eventual revide ou se optarão por pacificar uma crise intercontinental que pode se transformar em uma guerra. 

É evidente que o posicionamento precoce do Ministério das Relações Exteriores dando respaldo aos Estados Unidos frente ao ataque que matou o general iraniano Qassem Soleimani, por mais que o presidente Jair Bolsonaro e a ministra Tereza Cristina tenham se esforçado ao máximo para reverter o mal estar, colocou em risco o Brasil a perder um parceiro comercial importante no Oriente Médio.

O Irã está fragilizado pela perda de um personagem que era, há décadas, essencial à ascensão política e até mesmo econômica do país, tanto em relação ao Oriente Médio como no mundo. Ataques, mesmo que verbais, não ajudam em nada nesta crise internacional que se configura com um grande ponto de interrogação e repleto de reticências.

Se existe algo que o atual governo deve perdurar de administrações passadas é a diplomacia internacional, principalmente quando diz respeito a tratados comerciais de exportação e importação, deixando um pouco o viés ideológico de lado.