Estudante brasileiro morre asfixiado após abordagem de seguranças na Bolívia
Família denuncia violência e organiza vaquinha para trazer corpo ao Brasil

Foto: Reprodução/Redes sociais
O estudante de medicina Igor Rafael Oliveira Souza, 32 anos, morreu na última terça-feira (26) em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, após ser contido por seguranças de uma escola local. O caso é investigado pela polícia boliviana e acompanhado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Natural de Anápolis (GO), Igor vivia há 10 anos na Bolívia e estava no último período do curso de medicina. De acordo com relatos, ele teria sofrido um surto associado a um quadro depressivo e ao uso de drogas. Pouco antes da abordagem, entrou em uma papelaria pedindo ajuda, alegando estar sendo perseguido. O funcionário acionou os seguranças, que o retiraram para a calçada. Quando a ambulância chegou, o brasileiro já estava sem vida.
A família acredita que Igor tenha sido asfixiado durante a ação. “Meu filho era um jovem sonhador, querido por todos que o conheciam. Essa vaquinha foi feita para ajudar com o custo do translado do corpo para o Brasil e também com os custos do advogado, para que os responsáveis não fiquem impunes. É com grande sofrimento que venho pedir a colaboração de todos nesse momento. Obrigada!”, declarou a mãe, a professora Neidimar Vieira, em campanha criada para arrecadar fundos.
O traslado do corpo foi estimado em R$ 26 mil. Até a última atualização, mais de R$ 28 mil já haviam sido arrecadados em doações, com apoio do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF).
O Itamaraty informou que, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Santa Cruz de La Sierra, presta assistência à família. Não foram divulgados detalhes sobre o tipo de apoio oferecido.
Em junho deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alterou o decreto que impede o custeio do traslado de corpos de brasileiros no exterior. A medida agora abre exceções para famílias em dificuldades financeiras, mortes em circunstâncias que causem comoção e casos em que haja disponibilidade orçamentária.