Estudo aponta que ano de 2022 fracassará em reduzir emissões de gases-estufa como seria necessário
Se taxas anuais persistirem nos próximos nove anos, chance de limitar o aquecimento global a 1,5ºC cairá para 50%

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As emissões globais de gases-estufa continuam em níveis recorde e sem sinais de queda, o que é urgente e necessário para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C em comparação com os níveis pré-industriais, considerado limítrofe para um cataclismo.
De acordo com estimativa do relatório do Global Carbon Budget 2022, divulgado na última semana na COP27, se as taxas anuais persistirem, a chance de evitar que essa meta seja alcançada nos próximos nove anos cai para 50%.
As projeções são de 40,6 gigatoneladas de emissões globais de CO2 para 2022, um pouco abaixo do nível recorde de 2019, com aumento de 1% nas emissões de carvão e 2,2% nas de petróleo, e 3,9 gigatoneladas de emissões causadas pela mudança no uso do solo (desmatamento), segundo o relatório.
O crescimento das emissões de queima de combustíveis fósseis pode ser explicado pela recuperação da aviação internacional depois da pandemia e pelo aumento no consumo de petróleo e de carvão.
Indonésia, Brasil e República Democrática do Congo contribuem com 58% das emissões globais de alterações do uso do solo. Os três países megaflorestais pretendem divulgar uma aliança nesta semana para coordenarem esforços ambientais conjuntos.
A previsão é de uma queda de emissões na China (0,9%) e na União Europeia (0,8%), mas aumento nos Estados Unidos (1,5%), na Índia (6%) e no resto do mundo (1,7%).
Para chegar a zero emissões de CO2 até 2050, seria necessária uma diminuição de cerca de 1,4 gigatonelada ao ano. Isso é comparável à queda nas emissões observada em 2020, com a pandemia.


