EUA e Pfizer negociam mais doses de vacina contra o novo coronavírus
Total das doses imunizantes é superior ao necessário para a população norte-americana

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O governo de Donald Trump negocia um acordo com a Pfizer para ofertar mais suprimentos e matéria-prima para que a empresa produza milhões de doses adicionais da vacina contra a Covid-19 ainda no primeiro semestre de 2021. A ação do governo dos EUA em requerer mais doses do imunizante pode gerar impactos nos países pobres, que terão mais dificuldades em obtê-los.
Os EUA asseguraram ontem (16), que têm contratadas 900 milhões de doses da vacina e poderiam aumentar a cifra para 3 bilhões, o que lhe garantiria "excedentes". O país tem um total de 330 milhões de pessoas, da qual devem ser subtraídos cerca de 70 milhões que não vão receber a vacina, por serem menores de 16 anos.
Além dos EUA, o Canadá e o Reino Unido também fecharam acordos para obter doses de vacina além do que o necessário para imunizar suas populações. Essa prática põe em risco a corrida pelos imunizantes dos países pobres e em desenvolvimento.
De acordo com diplomata Rubens Ricupero, que foi representante do Brasil na OMS, países pobres ó serão capazes de vacinar uma em cada dez pessoas em 2021. "Há um baixíssimo nível de cooperação internacional em todas as etapas dessa pandemia - na divulgação de informações no início dos surtos, na compra de equipamentos como respiradores e outros insumos, e agora há o perigo do nacionalismo das vacinas", avalia.